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especialista tira dúvidas

Cresce interesse no uso medicinal do canabidiol para controle da dor crônica

Por Carlos Rocha Publicado em
Projeto aprova a entrega gratuita da cannabis medicinal em João Pessoa
Cresce interesse no uso medicinal do canabidiol para controle da dor crônica (Foto: Reprodução/Secom-PB)

Nos últimos anos, tem-se observado um crescente interesse no uso medicinal do canabidiol, especialmente no controle da dor e de espasmos. O assunto foi abordado no programa Com Você, da TV Tambaú, nesta terça-feira (26), e o médico neurocirurgião Dr. Ericson Bonifácio esclareceu dúvidas.

Durante o programa, o Dr. Bonifácio discutiu o potencial terapêutico da cannabis medicinal no tratamento de dores crônicas. Ele destacou que o canabidiol é uma das mais de 400 substâncias presentes na planta conhecida como cannabis sativa, constituindo mais de 40% do seu extrato. Além do controle da dor, o canabidiol também pode ser eficaz no tratamento de diversas doenças neurológicas e psiquiátricas, como Alzheimer, Parkinson, autismo, epilepsia e distúrbios comportamentais.

O médico enfatizou que o canabidiol possui evidências de seu efeito analgésico em baixas doses, podendo ser utilizado em associação com o THC, outra substância presente na cannabis, que potencializa sua ação terapêutica. O tratamento geralmente é iniciado com um extrato puro de canabidiol, com doses progressivamente aumentadas, e, em casos selecionados, associado ao THC.

As indicações para o uso do canabidiol incluem fibromialgia, doenças osteomusculares, dores em ombros, quadris e joelhos, além de pacientes com distúrbios do sono e de humor relacionados à dor crônica.

O canabidiol age modulando as vias neurais que transmitem impulsos dolorosos, além de regular alterações de humor e sono associadas à dor crônica. O tratamento, no entanto, deve ser parte de uma abordagem multidisciplinar, não substituindo outras terapias estabelecidas, como atividade física e psicoterapia.

Embora seja recomendado por médicos de diferentes especialidades, o uso do canabidiol deve ser feito com cautela, especialmente em pacientes idosos devido ao risco de sedação. A prescrição e acompanhamento devem ser realizados por profissionais capacitados, e as doses devem ser ajustadas individualmente.

Importante destacar que as formulações de canabidiol disponíveis em farmácias possuem baixas concentrações de THC, diferindo das formas encontradas na planta da cannabis, garantindo assim uma terapêutica segura e controlada.

O programa também abordou recentes desenvolvimentos legislativos, como a promulgação de uma lei em João Pessoa que define as regras para a distribuição gratuita de medicamentos à base de cannabis, ampliando o acesso da população a essa forma de tratamento.

Em suma, o programa reforçou a importância de fornecer informações precisas sobre o uso medicinal da cannabis, esclarecendo suas indicações, efeitos e regulamentações, para que a população possa tomar decisões informadas sobre sua saúde.


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