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CPI da Pandemia

Veja as declarações polêmicas da médica Nise Yamaguchi na pandemia

A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, está sendo ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia nesta terça-feira (1º).

Por Renata Nunes Publicado em
A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi se posiciona a favor do uso da hidroxicloroquina
A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi se posiciona a favor do uso da hidroxicloroquina (Reprodução/Youtube)

A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, está sendo ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia nesta terça-feira (1º). No ano passado ela foi afastada do Hospital Israelita Albert Einstein por causa de seu posicionamento a favor do uso da hidroxicloroquina para tratar pessoas com covid-19. Na mesma ocasião, a profissional disse que defende o medicamento por ter certeza da capacidade dele de curar "pacientes nas etapas iniciais".

As declarações de Nise foram feitas em entrevista ao SBT Brasil, em julho de 2020. Na visão dela na época, a direção do Albert Einstein, em São Paulo, acreditava que a defesa da substância "denegria o hospital". "Todo mundo fala que não tem cura [para a covid], que não tem tratamento, que você vai morrer. Toda noite tem uma série de campanhas pra pessoa ficar cada vez mais amedrontada e achar que vai entrar em um aparelho de respiração imediatamente. Eu estou dizendo para o público que existe tratamento, sim", pontuou para o jornalista Roberto Cabrini.

O tratamento com hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada contra a doença causada pelo novo coronavírus. Quando questionada sobre manter um posicionamento contrário ao da maoria dos cientistas, ela disse não acreditar que "a comunidade inteira pense assim". Ainda segundo a médica, havia uma "grande maioria silenciosa" que defendia o uso do remédio.

Posteriormente, o presidente do Hospital Iraelita Albert Einstein, Sidney Klajner, negou que o afastamento de Nise tivesse relação com o fato de a oncologista ter se tornado uma das principais vozes na defesa da hidroxicloroquina no combate ao coronavírus. Em uma entrevista também em julho do ano passado, ele falou que a decisão de suspender a médica deveu-se a uma declaração dela comparando o pânico enfrentado pelos judeus na Segunda Guerra Mundial ao medo para a tomada de decisões em relação à pandemia.

"No momento em que ela compara o momento da pandemia com a massa de judeus famintos, nós temos que averiguar se isso foi real interesse ofensivo ou se foi apenas infelicidade, já que foi um comentário bastante insólito, em uma entrevista que nada tinha a ver com isso", pontuou daquela vez. Klajner disse ainda que, na história do hospital, nunca houve uma situação igual.


Já em novembro de 2020, em entrevista ao SBT Mulher, Nise voltou a explicar seu posicionamento sobre a hidroxicloroquina. De acordo com declaração dela naquele momento, a defesa que faz é pautada "em várias experiências mundiais, principamente nos médicos da Itália, que estavam morrendo e passaram a tomar". "Milhares de pacientes do mundo se beneficiaram [com o medicamento] com uma toxicidade baixa", acrescentou.

"Eu entendo que o melhor momento para usar é naqueles pacientes que tenham o risco de ficarem mais graves e que tenham benefício na fase de replicação viral ,quando o vírus ainda não está tomando conta do corpo inteiro", disse Nise em outro parte da conversa. Respondendo pergunta sobre sua relação com o Governo Federal -- visto que se tornou integrante do comitê de crise do Executivo para o atendimento à covid --, ela falou que foi "até Brasília para harmonizar as partes". Ainda segundo a profissional, sua atuação junto às autoridades "foi absolutamente científica e técnica".

Na mesma entrevista, Nise afirmou que defendia quarentenas regionais e que "ninguém pode condenar ninguém" no comate à pandemia. "Eu acho que está todo mundo tentando fazer o seu melhor", completou.


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