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Ex-diretor da Saúde

Roberto Dias é solto após pagar fiança de R$ 1.100

Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde foi preso durante depoimento à CPI da Covid nesta 4ª

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde
Roberto Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias foi solto por volta das 23h desta quarta-feira (7) após pagar fiança de R$ 1.100. Ele ficou detido em uma sala da Polícia Legislativa --na garagem do Senado Federal - por mais de cinco horas, e, agora, responderá em liberdade.

Dias foi detido após o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), alegar que ele mentiu durante depoimento.

Enquanto esteve detido, senadores governistas pressionaram o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para que anulasse a decisão de Aziz. Pacheco, no entanto, afirmou que não iria interferir nos trabalhos do colegiado e na autoridade do presidente da comissão.

Para garantir que não houvesse "qualquer tipo de abuso", parlamentares aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foram à Polícia Legislativa do Senado. Entre eles, Marcos Rogério (DEM-RO), Marcos do Val (Podemos-ES) e Soraya Thronicke (PSL-MS).

Prisão

Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias foi preso nesta 4ª feira (7.jul) durante depoimento à CPI da Pandemia, a pedido do presidente do colegiado, senador Omar Aziz.

Dias foi acusado de falso testemunho. No auto de prisão em flagrante, Aziz argumenta que, "ao longo de seu depoimento, foram verificadas diversas contradições nas informações prestadas pela testemunha compromissada". Confira abaixo as "contradições" que teriam sido identificadas pelo presidente da CPI, e leia no fim desta reportagem a íntegra do auto de prisão.

  • O depoente informa que não sabe que tentaram exonerá-lo;
  • O depoente não explica quem viabilizou sua permanência no cargo, após sucessivas trocas de ministros. A esse respeito, é de conhecimento público as notícias de que houve tentativas de exoneração do depoente, inclusive por Pazuello, e que este não se concretizava por pedidos de políticos. Evidente, pois, a falta com a verdade sobre esse tema;
  • O depoimento não teria marcado com Blanco e Domingueti. Afirma que não sabe como Blanco saberia que ele estaria lá. Não demorou mais do que uma hora e meia;
  • O Luiz Domigueti afirma que o jantar foi marcado para tratar de vacinas; mensagens no celular do denunciante mostram que ele falava sobre o depoente antes do jantar e demonstra conhecimento;
  • Mensagens divulgadas pela FSP mostram conversas entre Dias e Cristiano (Davati) semanas antes do jantar;
  • A reunião no Ministério da Saúde foi marcada para o dia seguinte ao jantar;
  • Declarou que nunca ocorreu o pedido de propina relatado por Domingueti;
  • Desconhece a participação de outros militares envolvidos na, supostamente, falsa denúncia;
  • A exoneração do depoente ocorreu logo depois de tornada pública a denúncia de pedido de propina por Luiz Dominguetti;
  • Apesar de tentar se manter distante de Coronel Blanco, admite que se relacionavam e que "soube" que depois de deixar o ministério, o coronel estava atuando em negócios farmaceuticos;
  • O depoente declarou que não conhece, nem teria acesso ao Presidente da República;
  • O depoente declarou que não teve relações com Amilton Gomes de Paula, mas que o encontrou oficialmente quando recebeu a informação de que Amilton teria acesso a 100 milhões de vacinas. Mas, Amilton não possuía representação oficial do fabricante de vacinas.

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