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Manter um negócio offline é possível. Mas, vale a pena?

Dizer que as coisas mudaram de uns anos para cá é cair em uma obviedade desnecessária.

Por Andrezza Castro Publicado em
Negocio offline

Todo mundo sabe que estamos em uma era digital, em que todo tipo de informação e necessidade pode ser alcançada com apenas alguns toques em um aparelho que já se tornou uma extensão do próprio corpo humano.

Com smartphones cada vez mais baratos, conexões de internet chegando a cada vez mais lugares, e com a mudança de gerações acontecendo, trazendo crianças capazes de utilizar celulares desde os primeiros anos de vida, fica difícil acreditar que algum tipo de negócio ainda possa ter sucesso, operando fora do mercado digital.

Há, no entanto, uma parcela imensa de empreendedores que não utilizam nenhum tipo de conexão digital para comunicação com seus clientes.

Não que não haja tecnologia integrada em seus negócios. Há sistemas de gestão, métodos de pagamentos digitais como a maquininha Pagseguro e, em muitos casos, atendimento via WhatsApp - algo que foi fortemente disseminado durante a pandemia.

Mas, em cidades interioranas, pequenas, ou regiões periféricas - não que sejam apenas nelas - ainda é comum que as pessoas não digitalizem seus negócios, não apostem no marketing digital para realizar vendas e expandir suas operações, e, muitas vezes, vejam seus negócios chegando ao ponto final, por não terem se adequado à realidade e às necessidades de seus clientes.

As coisas mudaram

No começo, a internet era utilizada apenas como canal de venda para alguns itens padronizados, daqueles em que não havia variação de cor, tamanho ou material.

Livros, cds e dvds foram alguns dos produtos que começaram a ser comercializados digitalmente, e muita gente não acreditava que seria possível vender outras coisas, como perfumes, por exemplo.

Hoje, não há produto que não possa ser vendido, ou, pelo menos, apresentado pela internet.

Há casos de imóveis que custam milhões de reais, como os apartamentos do empreendimento One Tower, em Balneário Camboriú, que são apresentados, entre diversas outras formas, pela internet.

Nem toda pessoa que possui milhões para investir em um imóvel mora na cidade onde ele está construído. Muitas pessoas são investidoras, ou até moram fora do país.

Ter uma comunicação digital é o que facilita que corretores consigam apresentar o imóvel e possam começar uma possível venda.

É claro que quando se trata desse tipo de “produto”, a venda não se concretiza através de um site, mas é muito possível que comece por ele.

Quem imaginaria, há 15 anos atrás, que isso seria possível? Quase ninguém! Mas, quem acreditou, colheu os resultados.

Foi, e tem sido, notável, o sucesso de muitas imobiliárias e corretores que se adaptaram, bem como o encerramento das atividades de outros, que se deixaram ser superados, mantendo o mesmo padrão de trabalho.

Se, há uma década atrás, as pessoas só alugavam ou compravam imóveis indo diretamente a uma imobiliária para conversar, hoje elas fazem suas próprias pesquisas pela tela do celular.

Quem continuou usando as estratégias do passado e não “quebrou”, precisou aceitar a perda de uma grande parcela do seu mercado.

Gigantes também caem

A questão da adaptação é tão séria que, nos últimos anos, influenciou, até mesmo, a queda de gigantes do mercado.

O Grupo Abril, por exemplo, responsável pelas principais revistas do Brasil, entrou em recuperação judicial em 2018, após décadas de atividade.

O motivo?

Não perceber, no tempo certo, que a produção de conteúdo impresso seria extremamente reduzida, e que o conteúdo digital se tornaria cada vez mais relevante.

Prepotência, talvez?

Grandes impérios podem ir à ruína por causa dela.

Com capas de revistas com chamadas do tipo: “Diabético pode comer manga?”, “Veja a nova casa de Zezé di Camargo”, ou “Marcos trai Fernanda na novela das 8!”, os diretores da Abril não pensaram que seus textos poderiam ser, facilmente, publicados em um ou mais sites, ou redes sociais, e permitiram que uma empresa bilionária tivesse seu capital reduzido a um ponto em que os netos dos fundadores da empresa recebessem apenas 100 mil reais, simbólicos, pela sua venda.

Por que ficar de fora?

Vender online pode não ser a coisa mais fácil do  mundo para um empreendedor, mas é, com certeza, uma das coisas que mais valem a pena começar.

Se já há estoque, então, pode-se dizer que não disponibilizá-lo online é um erro crasso. Há muito dinheiro ficando na mesa.

Criar um e-commerce pode ser algo muito caro e complexo ou muito simples e barato.

Há diversos tipos de plataformas que disponibilizam modelos prontos, em que pode-se montar uma loja com apenas alguns cliques, cadastrar produtos e começar a vender.

Se já há um comércio pronto, com produtos na prateleira, porque não colocá-los à venda para todo um país? O investimento é relativamente baixo, principalmente se for levado em conta a possibilidade de resultados.

O Poder das Mídias

Apesar de um e-commerce ser o canal digital mais convencional para realizar negócios, as redes sociais se tornaram os ambientes mais importantes para quem quer obter resultados fora da curva.

O funcionamento delas é bastante diferente do que ocorre em lojas virtuais ou presenciais, mas isso não diminui, em nada, seu poder de movimentar o mercado.

As redes sociais são capazes de ampliar a demanda por um produto e, até mesmo, criar novas demandas.

Um exemplo bastante atual é o sucesso de venda de encapsulados e suplementos.

Alguns produtos, como a melatonina Natrol 3mg passaram a receber milhares de buscas mensalmente, e a procura por ele continua aumentando.

O motivo?

Entre vários outros, o “hype” lançado por criadores de conteúdos, que utilizam produtos como esse e relatam seus benefícios na internet.

Conforme o produto se torna mais conhecido, as vendas aumentam, os preços disparam, e as pessoas passam a buscar mais profundamente por lugares seguros para comprar.

Algumas vezes, o produto está disponível em um negócio local próximo, mas a pessoa não sabe e acaba optando por comprar pela internet, de um fornecedor muito mais distante, mas que está disponível na palma da sua mão.

Uma perda para quem tem o item em estoque, mas não se preocupou em colocá-lo na palma da mão do cliente.

Lugar de produto, não é na prateleira.

E na prestação de serviços?

Quem trabalha com atendimento presencial pode acreditar que manter uma presença digital não é tão importante, já que é preciso estar diante do cliente para fechar negócios, mas, assim como o caso das imobiliárias, citado acima, quem vende serviços também pode aumentar exponencialmente seu faturamento se começar a investir no mercado digital.

Um estúdio de tatuagem, por exemplo, não pode prestar seu serviço principal pela internet, porém, pode atrair dezenas ou centenas de novos clientes que não passam pela rua ou pelo bairro do seu estabelecimento, afinal, vale a pena cruzar a cidade para chegar a um bom tatuador.

Para conseguir um resultado fantástico, no entanto, não basta criar um Instagram e enxer de propagandas e promoções. As pessoas querem ver o trabalho que é realizado e o tipo de material que entra em cena quando o tatuador entra em cena.

Quem entende de tattoo sabe que um estúdio que usa tinta para tatuagem Dynamic Black, se preocupa em entregar um resultado de primeira linha para o cliente, então, colocar esse tipo de detalhe nas redes sociais, explicando o que é utilizado e como é feito o trabalho, faz muita diferença.

Isso vale para tudo! Uma pizzaria, restaurante, oficina, lava rápido, ou qualquer outro negócio local, que queira fazer com que mais clientes, mesmo que de bairros mais distantes, passem a consumir seus produtos ou serviços, precisa ampliar seu alcance, e não há forma melhor de fazer isso do que digitalizando a comunicação através do marketing digital.

Os negócios online acontecem de forma fluida

No mesmo instante em que um usuário comum assiste um vídeo explicando o benefício de um produto, pode realizar alguns cliques e fazer a compra em poucos minutos.

Sair para procurar um lugar físico para comprar, nem sempre é uma opção, e, portanto, quem não se dispõe a estar online, pode perder muitos bons negócios - em especial os que estão relacionados aos “hypes” da internet.

Bruna Bozano

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