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A 'Monga' é baseada em uma história real? Saiba mais

Atração circense é uma das mais tradicionais da Festa das Neves, em João Pessoa

Por Carlos Rocha Publicado em
A 'Monga' é baseada em uma história real? Saiba mais
A 'Monga' é baseada em uma história real? Saiba mais (Foto: Reprodução)

Quem conhece a Festa das Neves, evento que celebra o aniversário de João Pessoa e a Santa Padroeira da capital paraibana, sabe o quanto uma personagem é tradicional. A "Monga" já faz parte da essência da comemoração. Trata-se de um espetáculo que envolve artifícios de terror, suspense e um jogo de espelhos. Uma mulher que inicia a performance se transforma em macaco ao final.

Em 2017 a atração não compareceu na programação e muita gente lamentou, dizendo que não há comemoração sem a atração. Já em 2022, alguns pensaram que o caso se repetiria. Desde a abertura das festividades a personagem não estava, mas isso mudou nesta terça-feira (2).

A personagem viajou cerca de seis horas de Caicó, no estado vizinho do Rio Grande do Norte, em direção à capital paraibana para garantir muitas emoções aos paraibanos. Até o final da programação, a atração segue no Parque da Lagoa, no Centro de João Pessoa.

Apesar da popularidade na Festa das Neves, poucos conhecem a origem da "Monga". A famosa atração circense teria sido inspirada em uma história real. A história lembra a temporada da série American Horror Story: Freak Show (História de Horror Americana: O Circo dos Horrores).

Segundo o Guia dos Curiosos, uma mexicana descendente de índios chamada Júlia Pastrana (1834-1960) sofria de hipertricose, doença que faz nascer pelos grossos e escuros por todo o corpo. Ela tinha ainda a mandíbula projetada para a frente e media 1,37 metro.

A mãe de Júlia a vendeu para um homem que fazia shows com aberrações. Outro empresário do ramo, Theodore Lent, enxergou em Júlia uma grande atração e a cortejou até que se casaram em 1854. Ele a ensinou a cantar e dançar. Posteriormente, Júlia passou a apresentar-se no circo.

Em 1860, o casal teve um filho que nasceu com o mesmo problema de hipertricose. Só que o bebê resistiu por apenas 35 horas. Alguns dias depois, Júlia também não suportou as complicações do parto e morreu. Lent vendeu os dois corpos para um professor da Universidade de Moscou. Quando percebeu que os corpos embalsamados viraram atração, Lent os pediu de volta. Passou a exibir as múmias de Júlia e do filho em cabines de vidro.

Algum tempo depois, Lent descobriu outra mulher-gorila e a apresentava como uma “irmã escondida de Júlia”. Ele morreu louco e na miséria (jogou quase todo o seu dinheiro no rio) em 1880.

No século XIX, a história de Júlia virou uma atração de ilusionismo. Com um jogo de espelhos, conhecido como “pepper’s ghost” (homenagem a seu criador, o cientista britânico John Henry Pepper), uma linda mulher se transformava na mulher-gorila, que fugia da jaula e perseguia os espectadores, que saíam correndo em desabalada correria.

No Brasil, na década de 1950, a figura da mulher-gorila já era vista no Parque Shangai, no bairro da Penha, Rio de Janeiro.

Entre 1977 e 1988, Monga foi uma das principais atrações do parque de diversões Playcenter, em São Paulo.

O nome “Monga”, que virou sinônimo para mulher-gorila no Brasil, foi criado por um artista circense chamado Romeu del Duque, que explorava a atração em circos e rodeios.


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