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Dia internacional da mulher

Mulheres: pilotos da própria história

No Dia Internacional da Mulher, o Portal T5 traz uma reportagem especial com uma motogirl que entende a importância da participação das mulheres no mercado de trabalho e reconhece os desafios diários de ser mulher na nossa sociedade

Por Juliana Alves Publicado em
Wilma Morais Motogirl
(Foto: Arquivo pessoal/Wilma Morais)

Durante muito tempo as mulheres foram submetidas à rótulos e caracterizadas para execer determinadas funções na sociedade. Como, por exemplo, capazes somente de realizar trabalhos domésticos e de cuidado do lar. Mas, ao longo da história e no contexto de lutas por igualdade, muitas transformações permitiram que as mulheres decidissem em quais áreas e profissões atuar. Mas, apesar dos avanços, os desafios para ocupar algumas profissões ainda são atuais.

No mundo sob duas rodas (motocicletas), por exemplo, as mulheres estão ocupando cada vez espaço na mobilidade urbana. Em um período de quase dez anos, o número de mulheres habilitadas para pilotar motos cresceu 95,7%. Até novembro do ano passado elas somavam 7.833.121 de carteiras de habilitação na categoria A, em 2011 eram apenas 4.002.094. Somente de 2017 para cá mais de 985 mil mulheres tiveram a licença para pilotar motocicletas. Os dados são do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e foram analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Piloto há mais de 10 anos, Wilma Morais celebra a conquista diária das mulheres em diferentes espaços. "Graças a Deus estamos quebrando a cada dia esse conceito de 'Amélia' [mulher dedicada exclusivamente para a casa, os filhos e a família. Sem independência econômica] e buscando cada vez mais nossos espaços em todas as profissões", diz Wilma, que trabalha há pelo menos dois anos como motogirl em João Pessoa, na Paraíba.

Desempregada antes da pandemia, Wilma contou ao Portal T5 que a opção - ou a falta dela - foi trabalhar com aplicativo de entrega. "Foi a maneira que encontrei como fonte de renda", disse. Mas, para a própria surpresa, ela afirmou que acabou se "identificando com a profissão". E confessa: "Adoro o que faço! Das áreas que trabalhei essa é minha paixão. Me sinto extremamente capacitada para exercer essa profissão".

Com propriedade do assunto, a motogirl reconhece que, mesmo com crescimento no números de mulheres no mercado de aplicativo de entregas, os desafios são diários. "Ainda causa muita estranheza nas pessoas ver uma mulher entregadora, pois nossa sociedade ainda tem a mentalidade de que a mulher nasceu para ser dona de casa e nada mais", pontuou. Como profissional experiente, ela garante: "Somos mais delicadas, atenciosas e temos agilidade suficiente para entregar as encomendas em tempo hábil, sem por em risco a nossa vida e a do próximo".

Para o futuro, o desejo de Wilma enquanto motogirl e mulher é o mesmo de tantas outras: respeito, antes de tudo. "No trânsito e na vida".


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