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Belo não escala Leo Campos após polêmica envolvendo esposa

A partida para a qual ele não foi escala é entre Botafogo-PB e Queimadense, nesta quinta-feira (26)

Por Carlos Rocha Publicado em
Ministério Público da PB vai investigar esposa de atleta por xenofobia
Ministério Público da PB vai investigar esposa de atleta por xenofobia (Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

Nesta quinta-feira (26), Queimadense e Botafogo-PB se enfrentam às 20h30, no estádio Amigão, em Campina Grande, no Agreste do estado, mas o time pessoense não contará com o jogador Leo Campos. Ele não foi escalado para a partida válida pela 5ª rodada do Campeonato Paraibano.

O motivo, indicado pela assessoria, seriam os últimos acontecimentos envolvendo sua esposa. "Ele não foi relacionado. O clube liberou para ele estar ao lado da esposa neste momento turbulento que ela está passando", disse a assessoria do clube. Adriana Borba, conhecida como Drica, ridicularizou o sotaque e costumes paraibanos nesta quarta-feira (25).

A atitude de Drica fez com que torcedores do Belo se expressaram nas redes sociais pedindo a saída do lateral-esquerdo. Em nota, a Torcida Jovem do Botafogo (TJB) declarou: “Nós, como principal torcida do clube queremos esse atleta fora do elenco, não há clima para mantê-lo depois desses atos. Aqui vocês não terão espaço pra errar com coisas assim. Na vida é preciso escolher bem com quem queremos viver @leocamposs6, vale a sua reflexão”.

Para a partida desta quinta-feira (26), o Belo deve ser montado com: Elias, Lucas Mendes, Grasson, Daciel e Leocovick; Evandro, Du Fernandes, Vitor Braga e Renatinho; Fumaça e Tiago Reis. A arbitragem será de Diego Roberto Souza, com Ruan Neres e Paccelli Vasconcelos como auxiliares.

Entenda o caso

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai instaurar um procedimento no núcleo de gênero, diversidade e igualdade racial para apurar o discurso da noiva do jogador do Botafogo Léo Campos. Adriana Borba, conhecida como Drica postou um vídeo na internet ridicularizando o sotaque paraibano. Segundo Ministério Público, o crime de xenofobia é tratado por lei como racismo.

Drica aparece no vídeo narrando uma situação que teria vivenciado no supermercado. Segundo o relato do vídeo, ela demonstra incômodo com o sotaque de pessoas que conversavam na frente dela. Em outro momento, ela critica o fato de uma pessoa estar arrastando o chinelo no chão.

Com a repercussão negativa, Drica desativou o seu perfil na rede social. O jogador estava treinando na maravilha do contorno e foi surpreendido com a repercussão do caso. Os dois gravaram um vídeo como pedido de desculpas.

"Minha mulher foi fazer uma brincadeira sem maldade nenhuma, só que infelizmente falou palavras que o pessoal tá entendendo errado. A cidade é maravilhosa, é uma cidade que acolheu a gente. Minha família vai visitar para conhecer a cidade. É uma cidade muito linda. Então eu queria pedir desculpa por mim e por ela. Queria que vocês perdoassem porque aqui ninguém tem maldade nenhuma", disse o jogador.

"Infelizmente a forma como eu falei, às vezes a gente brinca, quantas vezes alguns comediantes brincam, mas vocês também têm o direito de não gostar. Peço desculpas, não tiro a razão de vocês. Não gostaria que esse meu erro atrapalhasse o futebol dele", mencionou Drica.

Na página oficial do governo da Paraíba foi publicada uma imagem que diz: "Oxe! E tem coisa mais linda do que o sotaque paraibano? Só para deixar claro: oxente, meu povo! A gente tem orgulho do nosso jeito único de falar".

O perfil oficial da prefeitura de João Pessoa também publicou uma mensagem relativa ao caso: "Quem critica o sotaque paraibano nem sabe o peso que é carregar tanta beleza e hospitalidade, por isso a gente arrasta o chinelo. Xenofobia é crime. Aí é feio, viu?".

"Desde novembro de 2022, a xenofobia passou a ser considerada pelos tribunais de justiça como crimes de racismo. É importante que a gente fale, debata sobre esse assunto. É um crime de discriminação por geografia, que traz uma pena de reclusão de 1 a 3 anos ou multa. É importante que as pessoas saibam que as redes sociais não são palco para que elas multipliquem o discurso de ódio contra a população nordestina. Isso tem acontecido de forma tão recorrente que a gente só tem a repudiar", disse a advogada representante da Comissão de Combate ao Racismo e Discriminação Racial da OAB, Carla Uedler.


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