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Bioma desmatado

Devastação da Mata Atlântica chega a 85% na "Dubai" de João Pessoa

Entre a vegetação desmatada, árvores de grande porte com até 30 metros de altura foram ao chão.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Técnicos da Semam durante fiscalização em reserva ambiental.
Técnicos da Semam durante fiscalização em reserva ambiental. (Foto: Semam/Divulgação)

Após a retirada de 400 famílias da comunidade Dubai, no bairro de Mangabeira, em João Pessoa, a prefeitura cercou a área com mais de 14 hectares e iniciou uma investigação sobres os danos ambientais. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente (Semam), o espaço de preservação de Mata Atlântica perdeu 85% da área verde. Entre a vegetação devastada, árvores de grande porte, com até 30 metros de altura foram ao chão. O trabalho de análise e pesquisa foi iniciado em novembro de 2021, mas ainda não há data para início de reflorestamento.

A equipe técnica ambiental não possui o número exato de quantas árvores foram retiradas durante o desmatamento, mas identificou as espécies que resistiram à devastação. "Nas análises, foram identificados 273 indivíduos remanescentes de 50 espécies da Mata Atlântica, como Gitaí, Massaranduba, Murici, Sucupira e Leiteiro", disse Jersey Barros, arquiteto da Diretoria de Estudos e Pesquisas da Semam, em entrevista à rádio Jovem Pan João Pessoa. Ouça:

Reflorestamento 

De acordo com a equipe de arborização da Semam, o espaço continuará sendo investigado para identificação de outras possíveis espécies, em seguida, será elaborado o projeto de recuperação da área degradada. "É preciso recuperar o solo, pois ainda existem sobras de construção civil e fossas artesanais abertas pelos moradores", contou. Não há prazo para início da recuperação vegetal do ambiente.

No ano passado, o Portal T5 denunciou, com exclusividade, o desmatamento da Mata Atlântica por famílias em vulnerabilidade em busca de moradia. Cerca de 1.500 pessoas viviam em construções de risco, rodeadas pela devastação que corresponde a 14 campos de futebol.

Habitação 

As famílias retiradas da comunidade foram alojadas em quadras esportivas de três escolas públicas da capital. Os moradores tiveram o cadastro realizado pela Secretaria de Habitação para recebimento de um auxilio moradia, no valor de R$ 350. Mais de dois meses depois, três famílias continuam abrigadas no Ginásio Hermes Taurino, no bairro de Mangabeira. A secretária de Habitação, Socorro Gadelha, informou ao Portal T5 que essas pessoas tiveram problemas na documentação para cadastramento do benefício, mas o problema foi resolvido e elas devem deixar o espaço improvisado ainda nesta sexta-feira (4).

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