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Oficializado por paraibano, hino nacional completa 100 anos nesta terça (6)

O hino se tornou oficial em 6 de setembro de 1922 pelo Decreto nº 15.671, assinado pelo presidente Epitácio Pessoa

Por Carlos Rocha Publicado em
Oficializado por paraibano, hino nacional completa 100 anos nesta terça (6)
Oficializado por paraibano, hino nacional completa 100 anos nesta terça (6) (Foto: Carlos Rocha/ RTC)

Pouca gente sabe, mas essa semana está marcada por muitas comemorações histórias, além do bicentenário da Independência do Brasil e dos 100 anos da primeira transmissão oficial de rádio no país, comemorados na próxima quarta (7), há outro aniversário importante. O hino nacional brasileiro completa seu centenário de oficialização nesta terça-feira (6).

A canção foi oficializada como hino do país durante a comemoração do centenário da proclamação. A letra do hino, como conhecemos hoje, foi escrita em 1909 pelo poeta Joaquim Osório Duque Estrada e só se tornou oficial em 1922 pelo Decreto nº 15.671, de 6 de setembro de 1922, assinado pelo presidente do país na época, o paraibano Epitácio Pessoa.

Considerada um pouco complicada de se entender por boa parte dos brasileiros, a letra do hino traz recortes dos escritos de Francisco Manuel da Silva, que compôs poesia, em 1822, para comemorar a Independência do Brasil. A linguagem poética era mais trabalhada do que a comum, na época, sem falar nas transformações no vocabulário até aqui.

A primeira parte do nosso hino explica que, no dia 7 de setembro de 1822, as calmas margens do rio Ipiranga, em São Paulo, ouviram o grito da Independência, proclamado por Dom Pedro I. E foi ouvido o grito forte do valente povo brasileiro. Nesse instante, no céu da Pátria, o sol da liberdade brilhou em raios intensos.

"Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó Liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte!"Se conquistamos, com o braço forte, a garantia da igualdade política com Portugal, agora que somos livres e independentes, que conhecemos a liberdade, lutaremos até a morte por ela. O poeta dirige-se à liberdade como se ela fosse uma pessoa: “em teu coração, ó Liberdade, o nosso peito é capaz de desafiar a própria morte”.

"Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à Terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido A imagem do Cruzeiro resplandece"O poeta fala com a Pátria como se ela fosse uma pessoa: “Ó Pátria amada, eu te amo. Viva! Viva! Tenha sempre saúde". Ele também fala diretamente ao País: "Brasil, quando a imagem do Cruzeiro do Sul brilha em teu belo céu risonho e límpido, um sonho intenso, um raio ardente de amor e de esperança desce à Terra”. O Cruzeiro do Sul é um grupo de estrelas em forma de cruz que só pode ser visto no céu do Hemisfério Sul, e está sempre presente no céu do Brasil.

"Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza".O Brasil é o quinto país do mundo em tamanho; portanto, já é um gigante pela própria natureza de seu território. Além disso, é belo, graças às matas, rios, praias, cachoeiras, belas paisagens que contém. É forte, porque tem muitas riquezas naturais. E no futuro, nossa história vai refletir, como um espelho, essa grandeza natural.

"Terra adorada Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!". A nossa pátria é uma mãe gentil para com seus filhos brasileiros e muito amada por eles.

"'Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo!'". O nosso país está deitado em berço esplêndido, isto é, fica muito bem localizado: metade de nossa terra ouve o embalo das ondas do mar; outra metade está emendada à Cordilheira dos Andes e a diversos países da América do Sul. No continente, o Brasil brilha como um florão (espécie de enfeite de pedras preciosas), banhado pelo sol do continente americano.

"Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos têm mais flores. "Nossos bosques têm mais vida", "Nossa vida" no teu seio "mais amores".O homem garrido era um sujeito elegante, charmoso, bonito. Naquele tempo, também se usava dizer que um lugar agradável era risonho. Nesse trecho, o poeta situa nossa terra entre as regiões mais belas do planeta. Diz ainda que nossos campos são mais floridos, nossos bosques são mais ricos e nossa vida é mais amorosa (como já cantava o poeta maranhense Gonçalves Dias no poema "Canção do exílio").

"Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula Paz no futuro e glória no passado".O poeta quer que as estrelas estampadas na bandeira nacional sejam símbolo de amor eterno. Daí faz votos para que o verde e o amarelo da bandeira possam um dia indicar que o futuro do Brasil será de paz, assim como seu passado foi glorioso.

"Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte"O poeta deseja amor e paz. Mas se o país tiver de entrar em guerra por motivo de justiça, certamente os brasileiros enfrentarão a luta, sem vacilar em arriscar a vida pela pátria.

Com Agência Brasil - EBC


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