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Na Paraíba

Na PB, 3,9% dos pretendentes à adoção aceitam filhos maiores de 11 anos

Números apontam que quanto mais idade, menos chances de adoção

Por Juliana Alves Publicado em
Crianças com mais idade têm menos chances de adoção
Crianças com mais idade têm menos chances de adoção (Imagem: Divulgação/MPPB)

De acordo com dados divulgados pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB), apenas 3,9% dos pretendentes à adoção aceitam filhos (as) maiores de 11 anos de idade. Ao todo, somente 17 famílias das 435 que esperam na fila de adoção estão dispostas em adotar filhos mais velhos.

O número de crianças com essa idade, porém, é maior: 54 ao todo. Mas, nem todas se encaixam no perfil de criança desejado pelos pretendentes. No perfil criado, são definidas preferências de idade, sexo ou cor de pele, por exemplo.

Para incentivar a adoção tardia, a Corregedoria-Geral do Ministério Público da Paraíba e a Corregedoria-Geral de Justiça lançaram a campanha "Adoção tardia? É tarde para quem? Afeto não tem idade” nesta terça (25), dia Nacional da Adoção.

"Aderimos à campanha porque acreditamos que é plenamente possível criar laços de afeto e familiar, através da adoção, independente da idade, da raça e da condição física dos filhos pretendidos”, disse o corregedor-geral do MPPB, Alvaro Gadelha Campos.

Perfil dos pretendentes 

De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 435 pessoas, na Paraíba, estão habilitadas a se tornarem pais e mães adotivos, mas eles têm preferências: 184 pretendem crianças de até 2 anos; 128 aceitam crianças de até 4 anos; 119 aceitam crianças de até 6 anos; 44 aceitam crianças de até 8 anos; 23 de até 10 anos; oito de até 12 anos; oito aceitam adolescentes de até 14 anos e, apenas, um pretendente habilitado aceita adolescente acima de 16 anos. Além disso,  61,8% não aceitam grupos de irmãos e 34,7 % aceitam até dois irmãos. E mais: 93,8% não aceitam crianças com doenças infectocontagiosas (60,5% não aceitam outras doenças) e 92,4% não aceitam que tenham deficiência.

Perfil das crianças 

Os dados do CNJ apontam para a existência de 300 crianças e adolescentes em 47 serviços de acolhimento no Estado. Desses, apenas 54 estão aptos à adoção, sendo que 39 estão em processo. Por faixa etária, estão disponíveis:  17 adolescentes maiores de 15 anos; 11 adolescentes de 12 a 15 anos; 12 crianças e adolescentes entre 9 e 12 anos; 6 crianças de 6 a 9 anos; 4 crianças de 3 a 6 anos e 4 crianças de até 3 anos de idade. Desses, 61,1% são do sexo masculino; a maioria é negra (74,1% são pardos e 14,8% pretos) e 3,7% têm alguma deficiência intelectual ou física.

Quem pode adotar

O processo de adoção é um ato jurídico que dá à pessoa adotada os mesmo direitos e deveres de um filho biológico. Podem adotar brasileiros e estrangeiros maiores de 18 anos, independente do estado civil, sendo que o pretendente precisa ser, pelo menos, 16 anos mais velho do que a criança ou adolescente a ser adotado.

O que fazer para adotar

  1. Procurar a Vara da Infância e Juventude da comarca;
  2. Participar do curso para pretendentes;
  3. Estar disponível para entrevistas e visitas domiciliares;
  4. Deferida a habilitação, o pretendente constará de uma lista no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento;
  5. A Vara da Infância fará contato com o pretendente tão logo surja a criança/adolescente pretendida/o;
  6. O processo de aproximação é iniciado;
  7. Após, passa-se ao estágio de convivência;
  8. Por último, é deferida a adoção.

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