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TJPB retoma julgamento da lei que flexibiliza limite da altura de prédios na orla de João Pessoa

O julgamento teve início em 15 de outubro, quando a maioria do Órgão Especial votou pela derrubada da lei

Por Carlos Rocha Publicado em
ORLA DE JOAO PESSOA
TJPB retoma julgamento da lei que flexibiliza limite da altura de prédios na orla de João Pessoa (Foto: Divulgação / PMJP)

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) vai retomar na quarta-feira (12) o julgamento da lei municipal de João Pessoa que modifica regras de uso do solo, incluindo mudanças na altura máxima de edificações próximas à praia. A norma é alvo de ação do Ministério Público da Paraíba (MPPB), que contesta a lei por considerar que ela afrouxa a Lei do Gabarito, prevista na Constituição estadual, que restringe construções em até 500 metros da orla.

O julgamento teve início em 15 de outubro, quando a maioria do Órgão Especial votou pela derrubada da lei. Entretanto, o processo foi suspenso após pedido de vista do desembargador Onaldo Rocha. Na semana passada, a retomada novamente foi adiada a pedido do procurador-geral de Justiça, Leonardo Quintans, que não pôde comparecer à sessão devido a compromisso oficial em Brasília.

O relator, desembargador Carlos Beltrão, defendeu a inconstitucionalidade da norma, afirmando que ela precariza a proteção ambiental e desconsidera a participação popular efetiva. Beltrão destacou que “a propriedade e o desenvolvimento econômico, embora corretos em tese, não se aplicam para justificar a precarização da proteção ambiental sem a demonstração de um interesse público superior”.

A posição foi acompanhada pelo desembargador Francisco Seráphico, que observou que foram introduzidas mais de 50 emendas substanciais ao texto original após as consultas públicas. Segundo ele, a participação da população se transformou em ato meramente protocolar, sem efeito real nas decisões legislativas, o que configuraria violação do devido processo legislativo constitucional.

O resultado do julgamento é considerado fundamental para a política urbana e ambiental de João Pessoa, pois definirá os limites para construções próximas à orla e poderá impactar diretamente a proteção ambiental e a ocupação do litoral da Capital. A expectativa é de que a decisão seja acompanhada de perto por moradores, arquitetos e empresários do setor imobiliário.



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