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investigações continuam

Caso Rafaela Ingrid: suspeito foi liberado por falta de provas

Informação foi confirmada pela delegada de homicídios, Vanderleia Gadi

Por Carlos Rocha Publicado em
Caso Rafaela Ingrid: suspeito foi liberado por falta de provas concretas
Caso Rafaela Ingrid: suspeito foi liberado por falta de provas concretas (Foto: Verinho Paparazzo/ RTC)

O homem apontado como responsável pelo desaparecimento de Rafaela Ingrid, cujo corpo foi encontrado na manhã deste domingo (2), em João Pessoa, prestou depoimento na última sexta-feira (31), pois já era ventilado em uma comunidade do Portal do Sol de que ele seria o responsável. As informações são da delegada Vanderleia Gadi.

A delegada conta que, com o encontro do corpo, ele foi conduzido à delegacia novamente para prestar novo depoimento. Ele teria contado mais alguns detalhes e confirmou que esteve com a vítima antes do desaparecimento, mas negou que tenha cometido crime contra ela. Por falta de provas mais concretas, ele foi liberado após o depoimento.

"Ainda é prematuro afirmar que ele foi o autor. Não temos provas irrefutáveis de que ele seja o responsável pelo crime. O que temos, até o momento, é que ele foi visto na comunidade com ela fumando maconha. O suspeito confirma essa versão. Apenas isso. Não tem provas de que ele foi visto saindo com ela, por exemplo", contou a delegada.

Um vídeo que circula nas redes sociais aponta arranhões no corpo do suspeito horas após o desaparecimento, mas a delegada afirmou que solicitou laudos técnicos para comprovar se há vestígios da vítima no suspeito. Ele afirmou que pessoas da comunidade se juntaram e tentaram linchá-lo por acreditar que ele era o responsável pelo sumiço de Rafaela.

"Na sexta-feira, quando ele esteve na delegada pela primeira vez após ser apontado como suposto responsável pelo sumiço, eu mesma olhei o corpo dele e não tinha marcas que, em tese, seriam provocadas por unhas, mas por espancamento sofrido por moradores da comunidade após terem apontado ele como o autor do crime. Inclusive, ele só não foi morto porque nossa equipe chegou no momento que ele estava sendo agredido dentro da mata por oito homens. O suspeito foi levado para o IPC onde coletaram material genético dele e também solicitei exames traumatológicos. Vamos esperar os exames ficarem prontos para esclarecimento do caso se foi ele ou não", finalizou Gadi.

O encontro do corpo

A família de Rafaela Ingrid Conceição dos Santos, de 18 anos, reconheceu como sendo dela o corpo encontrado na manhã deste domingo (2), nas imediações da Estação Cabo Branco, em João Pessoa. Maria Aparecida, mais conhecida como "Cidinha", mãe da jovem, contou alguns detalhes das circunstâncias do desaparecimento.

A mulher diz que a jovem foi vista pela última vez por volta na noite de quarta-feira (29). Ela estava nas imediações da casa do pai conversando com um homem, apontado como suspeito. Uma outra mulher, moradora da região, também estava no local onde eles conversavam, mas teria entrado em casa para dar o jantar da filha. Cidinha alega que, nesse momento, em que o suspeito ficou sozinho com Rafaela, aconteceu o desaparecimento.

A mãe da jovem relatou ainda ao Portal T5 que o suspeito chegou há poucos meses do Rio de Janeiro para morar com o pai na comunidade. Ela revelou ainda a existência de um vídeo que mostra o corpo dele com marcas de arranhões. O material teria sido gravado horas após o desaparecimento.

Ainda segundo a mãe, o suspeito teria alegado que mal conhece a jovem e que, após conversarem por um tempo, ela teria subido em uma moto, modelo Bros da vermelha e sido levada em direção à mata.

"Ele tem que pagar pelo que fez. Ela é uma jovem, uma inocente, uma estudante, a filha que eu cuidei, a filha que eu amo. 18 anos. Ele veio tirar minha filha assim. Eu nunca imaginei que iria enterrar minha filha tão jovem assim", contou.

A perícia

De acordo com o perito do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC-PB), Aldenir Lins, a análise preliminar sinaliza que a mulher, quando foi encontrada, estava em óbito há pelos menos quatro dias. É provável que a morte tenha acontecido na madrugada da quinta-feira (30). De acordo com a família, ela foi vista pela última vez na quarta-feira (29), por volta das 22h.

O perito apontou ainda que há indícios de que ela foi levada viva ao local onde o corpo foi encontrado. Um saco plástico foi encontrado em volta do pescoço da vítima e há sinais de estrangulamento, mas o perito ressaltou que apenas um exame minucioso pode apontar com exatidão a causa da morte, já que foi encontrado em avançado estado de decomposição. Após esse procedimento, a identificação da vítima também deve ser comprovada oficialmente.

Ao Portal T5, major Bruno, comandante do Batalhão Especializado em Policiamento Turístico da Polícia Militar (BepTur), disse que um homem suspeito do crime foi detido e encaminhado à Delegacia de Homicídios, na Central de Polícia, bairro do Geisel. Ele foi liberado após depoimento.

Denuncie

Se você sofre ou presenciou algum tipo de violência contra as mulheres, denuncie. Em caso de emergência, a mulher ou alguém que presencie alguma agressão, pode pedir ajuda por meio do telefone 190, da Polícia Militar.

Na Paraíba, as denúncias podem ser feitas também em qualquer uma das Delegacias da Mulher (Deam) espalhadas em todas as regiões, além do plantão 24 horas na Deam Sul de João Pessoa, que funciona na Central de Polícia.

Além desses locais, o denunciante poderá utilizar os telefones 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar, para chamado de urgência) ou o 180 (número nacional de denúncia contra violência doméstica). Outra opção é fazer um registro da denúncia através da delegacia online no endereço: www.delegaciaonline.pb.gov.br.


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