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Escola que abriga famílias de "Dubai" será usada para o Enem

De acordo com a Secretaria de Educação, provas estão mantidas e acontecerão com segurança.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Famílias carentes esperam cadastro em benefício de auxílio aluguel.
Famílias carentes esperam cadastro em benefício de auxílio aluguel. (Foto: Projeto Banho de Água Viva/Instagram)

Centro Profissionalizante Deputado Antonio Cabral (CPDAC), no bairro de Valentina de Figueiredo, em João Pessoa, está sob responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O espaço que receberá candidatos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no próximo domingo (28), também acolhe as famílias retiradas de Dubai, ocupação no bairro de Mangabeira.

De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, da Ciência e Tecnologia as provas estão mantidas e acontecerão com segurança. "Durante o período de realização das provas, as famílias ficarão apenas na área do ginásio do CPDAC. Esta logística contará com apoio da Polícia Militar, que aumentará o efetivo para o Centro no dia da prova", disse a pasta em nota.

O Portal T5 procurou o Inep, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria.

A desocupação

As famílias foram retiradas da ocupação localizada em área de preservação ambiental de Mata Atlântica, na manhã da última terça-feira (23). A comunidade Dubai foi alvo de uma operação de desapropriação autorizada pela Justiça da Paraíba, com 600 policiais militares.

A secretária de Habitação de João Pessoa, Socorro Gadelha, disse ao Portal T5 que as pessoas foram recebidas por 95 assistentes sociais em três escolas públicas da cidade. Após o acolhimento, houve cadastramento das pessoas para programas de benefício, como o auxílio aluguel, fornecido pela prefeitura.

Reflorestamento 

Cerca de 15 hectares da área de Mata Atlântica que foram desmatados devem passar por reflorestamento, conforme decisão judicial. "A área será totalmente cercada, e a Prefeitura fará a recuperação do bem ambiental, como exigido por lei, ou projeto compensatório de interesse público", disse o promotor de Justiça Carlos Romero Paulo Neto.

Em setembro deste ano, o Portal T5 denunciou, com exclusividade, o desmatamento de 13 hectares de Mata Atlântica por famílias em vulnerabilidade em busca de moradia. Cerca de 1.500 pessoas vivem abrigadas em construções de risco, rodeadas pelo desmatamento que corresponde a 13 campos de futebol.

No início de novembro, a PM prendeu o suspeito de comandar a ocupação. Conhecido como 'Sheik', o homem foi detido com R$ 67 mil em espécie, cocaína e um revólver.

Em reportagem publicada pelo Portal T5 no início deste mês, o promotor admitiu que famílias vivem em vulnerabilidade na localidade, mas, com base em investigações, acredita-se que a carência é uma das menores demandas da ocupação. "O problema social realmente existe porque há pessoas vulneráveis lá, mas isso é em menor proporção. Relatórios da polícia apontam que existe grilagem de terras. O que existe é uma organização criminosa de elementos visando demarcar território e fazer caixa, arrecadar dinheiro para o tráfico de drogas através da venda de terrenos", concluiu.

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