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“Alguém mal intencionado tentou distorcer a performance”, diz professora sobre nudez na UEPB

A professora Ana Dias, da Universidade Federal de Goiás, foi alvo de críticas por ter tirado completamente as roupas ao final de performance sobre o corpo feminino.

Por Redação Publicado em
Performance uepb
A professora Ana Dias durante performance na UEPB. A professora Ana Dias durante performance na UEPB.

Um performance artística realizada na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) na última sexta-feira (17) acabou gerando bastante repercussão nas redes sociais.

A professora Ana Dias, da Universidade Federal de Goiás (UFG), esteve na cidade de Campina Grande para participar de um seminário sobre gênero e sexualidade. Durante o evento, ela apresentou uma performance artística em que se deitava na escadaria da universidade com beterraba espalhada pelo corpo, simulando sangue, para retratar a construção do corpo feminino. Ao final, a professora se levantou, tirou completamente as roupas e saiu.

Após ter um vídeo do ato divulgado na internet, mostrando somente o final da apresentação, Ana recebeu muitas críticas nas redes sociais de pessoas alegando falta de moral e civilidade, e condenando-a pelo ato de nudez.

Em entrevista por telefone ao Portal T5, a professora disse que alguém mal intencionado pegou um fragmento do trabalho, que não o representa por completo, e tentou divulgar como se a performance fosse apenas aquilo.

“Tentaram distorcer isso, como desmoralização dos artistas. Estão tentando colocar como se fosse um ato obsceno e fazer um julgamento. Também tiveram agressões ligadas à sujeira, me chamando de suja. São pessoas ignorantes”, afirma.

Quanto ao local em que estava, Ana considerou o ambiente da UEPB tranquilo para realizar a apresentação, com vários pesquisadores discutindo a questão de gênero, e não teve preocupação em sofrer represálias. “A nudez não representa agressão. Esse corpo pra mim é natural. Não tive nenhuma preocupação em gerar aquilo que gerou”.

Ana ainda revelou que já havia realizado esse trabalho em outras cidades, como Goiânia, Belo Horizonte, Uberlândia e São Paulo, mas que desta vez foi diferente. “Eu faço normalmente em espaços públicos, e não tirei a roupa em nenhuma dessas ocasiões. Eram espaços de muito movimento, como ruas e praças”.

Apesar de toda a repercussão, a professora diz que agora não é hora de ceder à essa intimidação. “É o momento de fortalecer a liberdade de expressão no Brasil, fortalecer a arte”, finalizou.


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