TV Tambaú
Jovem Pan
Nova Brasil Maceió
º
VIDA DE PET

Cachorros têm depressão? Entenda o que pode causar tristeza ao seu pet

Assim como com os humanos, doenças físicas e psicológicas devem ser diagnosticadas e tratadas com profissionais habilitados

Por Edcesar Oliveira Publicado em
Apatia, falta de apetite, prostração e outros sintomas podem ser caracterizados como sintomas de depressão.
Apatia, falta de apetite, prostração e outros sintomas podem ser caracterizados como sintomas de depressão. (Foto ilustrativa)

Saúde mental é um dos assuntos discutidos na sociedade atualmente. Queixas sobre depressão têm aumentando gradativamente, classificando-a como o mal do século. Nesse contexto, nem os pets estão livres dessa doença. Para entender o comportamento e o sentimento dos animais, o Portal T5 conversou com especialistas para entender se o que muitos julgam ser depressão possa ser, na verdade, um episódio de tristeza muito forte e passageira.

Embora sejam sintomas parecidos entre humanos e cachorros, existem poucas informações acerca do tema na medicina veterinária. Apatia, falta de apetite, prostração e outros sintomas podem ser caracterizados como sintomas de depressão.

Algumas situações fazem com que o pet mude de comportamento e tenha os sintomas da doença. É o exemplo da Catarina, uma chihuahua de 2 anos, que vive em João Pessoa, na Paraíba. Ela sempre foi alegre e brincalhona, mas após a separação de uma ninhada, a qual deu à luz a cinco filhotes, passou a ficar quieta e não queria contato com nem mesmo com a tutora, Valéria Sitônio.

“Dos cinco filhotes que ela [Catarina] teve, desde do início, ela deu preferência a Helô, um apego maior. E aí Helô saiu daqui com seis meses. Foi aí que começaram os problemas, Catarina não queria comer, não tomava água, vivia debaixo da cama ou sofá e não queria interagir.” relatou Valéria.

De acordo com o zootecnista, especialista e professor em comportamento animal Tarsys Veríssimo, os sinais que Catarina apresentou é um quadro muito comum de Síndrome de Ansiedade por Separação, onde os comportamentos fogem do padrão considerado natural. E que podem ser confundidos com a depressão humana.

Valéria também contou que levou a cadela para o médico veterinário, fez exames para descartar problemas físicos e foi aí que ela foi diagnosticada com a síndrome.

A história de “depressão pet” não aconteceu apenas uma vez. Além de ser tutora de Zoe, Valéria cuida da Keka, uma shih-tzu, de 3 anos, que apresentou sintomas parecidos aos da irmã.

Keka ficou apegada ao professor de Sax de Valéria. Segundo a tutora, durante as aulas, a pet ficava sempre do professor. Com a pandemia, as aulas presenciais tiveram que ser interrompidas. E foi nesta época que Keka sentiu falta da visita do professor.

"Ele vinha quase todos dias para ensaiar comigo. E ela ficou muito apegada a ele. Só que quando houve o distanciamento, ela [Keka] ficou muito doente e o médico disse que ela estava com gastrite nervosa, me perguntou se ela tinha passado por algum estresse ou algum trauma" relatou Valéria.

Tarsys Veríssimo explica o comportamento: “De uma maneira geral, a causa de desordens comportamentais é o estresse. De forma mais específica, esse estresse geralmente tem início quando os cães são, de alguma maneira, privados de expressar o seu comportamento natural, o que é muito comum quando eles são muito humanizados. Um dos principais problemas, que também gera a ansiedade por separação, é a dependência emocional exacerbada gerada pelo tutor, que faz com que o seu cão não saiba lidar bem com a sua ausência. Alguns cães são privados de interações sociais com outros animais e pessoas (isolamento social), o que também é um grande fator que desencadeia o estresse, entre outros problemas.” 

Diagnóstico, tratamento e prevenção

Assim como com os humanos, doenças físicas e psicológicas devem ser diagnosticadas e tratadas com profissionais habilitados

"Alguns casos mais simples podem ser resolvidos com mudanças no manejo e com a utilização de técnicas de enriquecimento ambiental, enquanto casos mais complexos devem ser direcionados a um médico veterinário comportamentalista, para que, caso julgue necessário, seja iniciado algum protocolo com terapia medicamentosa, como é realizado com humanos que fazem acompanhamento com médicos psiquiatras" concluiu o zootecnista Tarsys Veríssimo.

[[embed]]

Veja também:


Relacionadas