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Veja a íntegra do discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia-geral da ONU

Bolsonaro fez uma referência velada, e sutilmente saudosa, à ditadura militar que regeu o Brasil entre os anos de 1964 e 1985.

Por Redação Publicado em
Jair Bolsonaro Foto Pedro Ladeira Folhapress

O presidente Jair Bolsonaro discursou, nessa terça-feira (24), na abertura da Assembleia-geral das Nações Unidas, em Nova York. Em trinta minutos de fala, Bolsonaro deu ênfase à questão ambiental, defendeu a soberania do país, criticou governos socialistas e criticou o presidente da França.

Para uma plateia de cento e noventa e dois líderes mundiais, o presidente brasileiro apresentou o que chamou de "um novo Brasil" e expôs a visão dele sobre governos passados. "Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições".

Bolsonaro também fez uma referência velada, e sutilmente saudosa, à ditadura militar que regeu o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. "Há poucas décadas, tentaram mudar o regime brasileiro e de outros países da América Latina... foram derrotados. Civis e militares brasileiros foram mortos e outros tantos tiveram suas reputações destruídas, mas vencemos aquela guerra e resguardamos nossa liberdade".

A crise política e humanitária da Venezuela também entrou no repertório do chefe de Estado brasileiro. "Trabalhamos, com outros países, entre eles os Estados Unidos, para que a democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também, nos empenhamos duramente para que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime", criticou referindo-se ao regime socialista de Nicolás Maduro.

O presidente da França, Emmanuel Macron, também foi alvo de críticas durante a fala do brasileiro, que ressaltou a defesa da soberania do país. "Questionaram aquilo que nos é mais sagrado: a nossa soberania! Um deles, por ocasião do encontro do G7, ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil sem sequer nos ouvir. Agradeço àqueles que não aceitaram levar adiante essa absurda proposta".

As discussões sobre a assinatura de um acordo comercial entre a União Europeia e a América Latina também foi tema do discurso de Bolsonaro, que se mostrou otimista, inclusive, com a formação de outras parcerias econômicas.

"Concluímos os dois maiores acordos comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mercosul e a área europeia de livre comércio, o EFTA. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE", declarou Jair Bolsonaro.

No entanto, um dos temas mais aguardados do discurso - e para o qual os olhos do mundo estavam voltados -, era a questão das queimadas na Amazônia e da preservação da floresta.

Bolsonaro afirmou que o Brasil tem um compromisso com o Meio Ambiente e com o desenvolvimento sustentável, afirmou que populações locais e indígenas são as principais responsáveis pelos incêndios e criticou aqueles que dizem que a Amazônia é um patrimônio mundial.

"Nesta época do ano, o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem também queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e forma de sobrevivência.

Problemas, qualquer país os têm. Contudo, os ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico. 

É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista".

Por fim, o presidente fez um convite aos líderes globais para que visitem o Brasil e encerrou falando diretamente à ONU. "Não estamos aqui para apagar nacionalidades e soberanias em nome de um interesse global abstrato. Esta não é a organização do interesse global, é a organização das nações unidas, e assim deve permanecer".

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