A COP30 está mudando tudo – e empreendedores precisam estar atentos
Das dificuldades da organização ao boom de oportunidades: o que a reta final da COP30 revela sobre o futuro de quem empreende no Brasil
*Por Vinnie de Oliveira
Nas últimas semanas, enquanto o mundo inteiro ainda está atento a Belém do Pará, eu me vi refletindo sobre algo que talvez ainda não tenha sido compreendido por muitos empreendedores: a COP30 não é apenas um evento climático. Ela é um ensaio do futuro do mercado, do turismo, da inovação e dos novos modelos de negócios.
E, honestamente, quem empreende e não está prestando atenção nisso está perdendo o timing da história.
Digo isso porque, na coluna que apresentei na TV Tambaú nesta última segunda-feira, compartilhei algo que ficou muito claro para mim: a COP30 já está moldando o presente — e vai moldar ainda mais o futuro econômico do Brasil. Não é exagero. Está tudo acontecendo diante dos nossos olhos.
1. A primeira grande lição: organizar um megaevento é quase um laboratório de empreendedorismo
Quando olho para a COP30, vejo também uma metáfora para o que vivemos diariamente como empreendedores: pressão, prazos apertados, decisões urgentes, muita gente envolvida e uma enorme necessidade de planejamento.
Belém, como cidade-sede, está vivendo na prática aquilo que muitos setores em João Pessoa vivem quando o verão chega: uma explosão de demanda e, ao mesmo tempo, a exposição brutal das falhas de preparação.
A diferença é que, na COP30, isso tudo está sendo transmitido globalmente.
E aqui entra a nossa responsabilidade como empreendedores: estar preparados para picos de demanda, mudanças de comportamento e novos padrões de consumo.
2. O turismo internacional como motor econômico — e alerta para quem ainda está dormindo
Mais de 190 países participam da COP30. Isso significa diversidade cultural, econômica e turística chegando com força. E aqui faço uma provocação que fiz também no ar:
- Quantos negócios na nossa região realmente estão preparados para receber visitantes internacionais?
- Quantos pensam em experiência, sustentabilidade, gastronomia local, atendimento bilíngue, pagamentos digitais, mobilidade?
Essas perguntas não são sobre Belém. São sobre o futuro próximo de qualquer cidade que queira crescer.
3. Empreendedorismo sustentável: não é moda, é economia real
Um ponto que me chamou muita atenção nos documentos do Sebrae e nas discussões da própria COP é a bioeconomia.
A floresta em pé deixou de ser discurso — virou modelo de negócio.
E os números (impressionantes) mostram isso:
- A En-Zone, espaço do Sebrae na COP30, reúne 227 empreendimentos de todos os biomas brasileiros.
- O Ministério do Empreendedorismo reforçou que os pequenos negócios são centrais para a transição sustentável.
- Jovens, comunidades tradicionais e startups amazônicas estão apresentando soluções que unem tecnologia, cultura e conservação.
Sabe o que isso significa?
Que os negócios do futuro não vão separar impacto ambiental de lucro.
Os dois caminharão juntos.
4. Uma verdade desconfortável: o futuro dos nossos filhos depende das decisões econômicas que tomarmos hoje
Eu disse isso na coluna e repito aqui: nós, empreendedores, somos corresponsáveis pelo mundo que estamos deixando para a próxima geração.
E na COP30 isso fica muito evidente. Estamos literalmente conversando sobre:
- matriz energética
- novas regras globais de produção
- financiamento internacional para transição ecológica
- modelos de negócios de baixo carbono
- consumo consciente
- economia circular
Ou seja: decisões que afetam quanto vamos pagar em energia, logística, matérias-primas, crédito, exportação e competitividade.
Ignorar isso é abrir mão do próprio futuro.
5. A oportunidade histórica: o empreendedor brasileiro pode ser protagonista
Belém está mostrando isso ao mundo: quando se dá visibilidade ao que é local, criativo e sustentável, o Brasil brilha. Seja:
- a rede de pequenos produtores de biomas do En-Zone,
- artesãos que transformam matéria-prima da floresta,
- restaurantes que servem gastronomia amazônica com propósito,
- startups que desenvolvem tecnologias verdes,
- negócios liderados por mulheres,
- comunidades tradicionais que empreendem a partir do seu território.
Nós temos algo que poucos países têm: diversidade, criatividade e potencial natural.
E como sempre digo: empreender é também acreditar que o futuro pode ser melhor — e trabalhar para isso.
Conclusão: a COP30 é sobre clima, sim. Mas também é sobre você.
O grande erro seria imaginar que isso é apenas “um evento lá no Pará”. Não é.
O que está sendo discutido em Belém agora vai impactar seu faturamento, suas estratégias, seus produtos e seu consumidor.
E a pergunta que deixo para você, empreendedora e empreendedor:
Você quer apenas assistir a mudança acontecer… ou quer fazer parte dela?
Porque o futuro já começou. A COP30 só deixou isso impossível de ignorar.
Eu sou Vinnie de Oliveira, e toda quarta-feira a gente conversa aqui sobre empreendedorismo, inovação e propósito. Porque empreender é seguir em frente, mesmo quando o caminho parece difícil.
Vamos em frente! 🚀
*Vinnie Oliveira é consultor, especialista em empreendedorismo e o autor da coluna Vamos em Frente




