Surpreenda-se: ganhe dinheiro nas datas duplas
Do “Dia do Solteiro” na China ao 11/11 brasileiro: como as datas duplas estão redefinindo o jogo das plataformas de venda online — e o que você pode aprender com isso
*Por Vinnie de Oliveira
Eu quero te fazer uma provocação: Você já ouviu falar do 11/11, o Dia do Solteiro? Pois é — essa data, que começou como uma brincadeira entre universitários na China, virou hoje uma das maiores oportunidades de vendas do planeta. E mais: está transformando completamente o modo como fazemos marketing e vendemos online.
Tudo começou em 2009, quando o grupo Alibaba, gigante do e-commerce asiático, transformou o “Dia do Solteiro” em uma celebração comercial. O resultado? Em 2024, as vendas do 11/11 na China superaram em mais de cinco vezes tudo o que é vendido no Brasil em um ano inteiro. É um volume astronômico — e que vem inspirando o mundo inteiro.
As “datas duplas” e o novo calendário global do consumo
Nos últimos anos, o conceito de “datas duplas” — 09/09, 10/10, 11/11, 12/12 — se espalhou pelo Ocidente. O princípio é simples, mas poderoso: transformar números repetidos em momentos de conexão emocional com o cliente, mesclando entretenimento, ofertas e engajamento digital.
E não pense que isso é coisa só de plataforma gigante. No Brasil, até as pequenas e médias empresas já estão entrando no jogo — e com ótimos resultados.
Segundo a Nuvemshop, durante o 10/10 de 2025, os lojistas brasileiros faturaram R$ 20,5 milhões em apenas 24 horas, com quase 80 mil pedidos e 4 milhões de produtos vendidos — um crescimento de 56% em relação ao ano anterior.
- O ticket médio foi de R$ 267,20, e os meios de pagamento mais usados foram cartão (52,5%) e Pix (44,5%).
- Os setores mais fortes? Moda (R$ 9,2 milhões), Saúde e Beleza (R$ 2,5 milhões) e Casa & Jardim (R$ 1,4 milhão).
Ou seja: as datas duplas já se tornaram laboratórios estratégicos para testar campanhas, aquecer o público e se preparar para as grandes ondas de consumo — como o 11/11 e a Black Friday.
11/11: a nova “super Black Friday”
Aqui no Brasil, muita gente ainda vê o 11/11 como um “esquenta” para a Black Friday. Mas os dados contam outra história.
De acordo com o E-commerce Brasil, o volume de vendas do 11/11 já é oito vezes maior que o da Black Friday em algumas plataformas, especialmente no AliExpress, que lidera as campanhas na América Latina.
E esse movimento não é isolado.
Um relatório do Departamento de Comércio dos EUA (2025) aponta que o e-commerce brasileiro deve faturar US$ 36,3 bilhões neste ano, com cerca de 94 milhões de brasileiros comprando online — praticamente metade da população!
Isso mostra que o comércio digital deixou de ser uma tendência: virou o palco principal da economia de consumo.
A disputa das plataformas: o cliente no centro do campo de batalha
Hoje, o grande campo de batalha não é mais o preço — é a atenção do cliente. Os grandes players de e-commerce (Shopee, Amazon, Mercado Livre, Magalu, Shein, Aliexpress) estão competindo não apenas para vender produtos, mas para capturar tempo, dados e fidelidade.
A boa notícia? Você também pode jogar esse jogo. O segredo está em construir conexão. E conexão não se faz só com desconto: se faz com desejo, história e consistência.
Em outras palavras: troque 10 mil seguidores por 1 cliente fiel.
Use as datas duplas como janelas de relacionamento, não apenas de liquidação.
Faça o cliente voltar, lembrar da sua marca, recomendar. Porque vender é fácil — o difícil (e mais valioso) é permanecer na memória.
Dicas práticas para quem empreende ou vende online
- Planeje com antecedência: o 11/11 pode gerar picos maiores que a Black Friday. Garanta estoque, atendimento e logística preparados.
- Aposte nas datas duplas menores: use 09/09 ou 10/10 como “teste” para medir ticket médio e conversão antes do 11/11.
- Foque na experiência: com o mercado amadurecendo, o consumidor quer conveniência, confiança e propósito — não só preço.
- Invista nos meios de pagamento certos: Pix e cartão são dominantes. Facilitar o checkout é aumentar a conversão.
- Conte histórias, não apenas ofertas: o marketing mexe com desejo, não com necessidade. Mostre o porquê o seu produto faz diferença na vida das pessoas.
Pra fechar
O 11/11 é mais do que uma data comercial. É um símbolo de como o mundo está mudando: o consumo virou conexão. E quem entender isso primeiro — seja um pequeno empreendedor de João Pessoa, uma loja de bairro ou uma startup digital — vai sair na frente.
Então, se você ainda acha que o 11/11 é só mais uma promoção, pense de novo. Pode ser o início da sua virada estratégica no mundo digital.
E me conta: como sua empresa está se preparando para o 11/11?
Deixe seu comentário ou envie sua dúvida pra mim — estou no @vinniedeoliveira, e toda semana seguimos juntos aqui no #VamosEmFrente.
*Vinnie Oliveira é consultor, especialista em empreendedorismo e o autor da coluna Vamos em Frente




