Contratar pelo currículo e demitir pelo comportamento? O erro que está custando caro às empresas brasileiras
O Brasil atingiu o menor índice de desemprego da história — mas muitos empreendedores ainda não conseguem formar bons times. O problema não é falta de gente. É falta de propósito
*Por Vinnie de Oliveira
Nos últimos meses, tenho conversado com muitos empreendedores preocupados com um paradoxo curioso: o desemprego está em queda, o mercado está aquecido, mas contratar pessoas certas está cada vez mais difícil.
De acordo com o IBGE, a taxa média nacional está em 5,8% na medição do segundo trimestre de 2025, o menor índice da história do Brasil. Aqui na Paraíba, esse número gira em torno de 7% — ainda acima da média, mas em trajetória de melhora. O cenário parece animador. No entanto, quem está no dia a dia das empresas sabe: preencher vagas com qualidade é um desafio crescente.
O que está acontecendo?
Muitos negócios estão contratando por pressa, conveniência ou currículo, sem observar o essencial: comportamento, propósito e alinhamento de valores. Essa mentalidade — herdada do século passado — ainda ecoa em frases que ouvimos com frequência:
“Contrato pelo currículo e demito pelo comportamento.”
“Eu contrato o que preciso contratar.”
“Não converso muito, eu demito logo.”
Essas frases dizem muito sobre a cultura empresarial que ainda resiste à mudança.
O novo mercado de trabalho é sobre pessoas, não apenas sobre cargos
Vivemos uma era de transformação profunda. As novas gerações querem mais do que um salário: buscam propósito, reconhecimento e ambiente saudável. E, do outro lado, empresas que entendem isso estão crescendo com equipes mais engajadas e produtivas.
Empreender hoje exige uma visão de liderança humanizada — aquela que valoriza o diálogo, o feedback, a escuta ativa e o desenvolvimento das pessoas. Não é discurso de livro de autoajuda. É estratégia de negócio.
Pesquisas mostram que times emocionalmente saudáveis produzem até 20% mais, têm menor rotatividade e maior capacidade de inovação. E inovação, você sabe, é o combustível da sobrevivência empresarial.
O erro da pressa e a importância do processo seletivo com propósito
Estamos chegando a uma época do ano em que muitas empresas precisam contratar mão de obra temporária — para a Black Friday, o Natal e a alta estação no turismo nordestino. É o momento perfeito para refletir: quem você está colocando dentro da sua empresa?
No desespero de preencher vagas, muitos contratam a primeira pessoa disponível. Mas, depois, enfrentam retrabalho, desmotivação e perda de clientes. O segredo é simples (mas exige disciplina):
- Escolher pessoas alinhadas com o propósito da marca;
- Deixar claro o papel e as expectativas desde a entrevista;
- Oferecer feedbacks constantes e construtivos;
- E, principalmente, valorizar o ser humano antes do profissional.
Aprendi isso na prática — e também na África
Durante o período em que morei na África, ouvi uma frase que nunca esqueci:
“Se você quiser andar rápido, vá sozinho.
Mas se quiser chegar longe, vá acompanhado.”
Essa frase resume o que acredito sobre negócios e sobre vida. Nenhuma empresa cresce sozinha. Crescemos com pessoas.
Por isso, meu convite de hoje é para você, empreendedor, repensar a forma como enxerga sua equipe. Invista tempo em construir relações de confiança, clareza e respeito. O retorno vem em forma de resultados, clima organizacional e sustentabilidade.
E você?
Como tem sido o processo de contratação na sua empresa?
Tem conseguido atrair e manter bons profissionais?
Vamos conversar sobre isso — me chama no direct ou comenta aqui no Portal T5. Quero ouvir suas experiências e trocar ideias sobre como melhorar a empregabilidade com propósito.
Vamos em frente!
*Vinnie Oliveira é consultor, especialista em empreendedorismo e o autor da coluna Vamos em Frente




