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Alerta Vermelho! Por Que a Bomba que Cai Longe Pode Explodir na Sua Economia Local?

É de suma importância tanto para pessoas que empreendem como qualquer cidadão estar pronto para os possíveis desafios que enfrentaremos se o conflito no Oriente Médio durar muito tempo

Por Redação T5 Publicado em
Sebrae
percepção comum, e perigosamente equivocada, é que “bombas caindo em Israel e no Irã não me afetam em nada” (Foto: Sebrae)

*Por Vinnie de Oliveira

Sumário:

  • A Conexão Inesperada: Basquete, Geopolítica e o Seu Bolso
  • O Impacto Global Que Você Não Pode Ignorar: Petróleo, Plástico e a Sua Carteira
  • A Visão Perigosa: Por Que Achar Que "Isso Não Me Afeta" é o Seu Maior Erro Financeiro
  • Lições Dolorosas da Europa: Como a Inflação Pode Pegar Você de Surpresa
  • Estratégia 1: Reduza Custos Como Nunca Antes e Proteja Seu Dinheiro
  • Estratégia 2: Aumente Sua Receita AGORA e Respire Aliviado
  • Estratégia 3: O Poder da Transparência: Salve Seu Negócio Conversando Com Sua Equipe
  • Os Desafios do Calendário: São João, Férias e a Armadilha Financeira
  • O Próximo Passo: Pare de Olhar Para a Ponta do Sapato e Garanta Seu Futuro

A Conexão Inesperada: Basquete, Geopolítica e o Seu Bolso

Você já parou para pensar como uma partida de basquete descontraída pode, de alguma forma, se conectar com os complexos movimentos da geopolítica global e, mais importante, com o seu bolso? Parece uma ideia distante, quase absurda, mas a verdade é que vivemos em um mundo onde as conexões são mais rápidas e profundas do que imaginamos. Nossa coluna “Vamos em Frente”, na Rádio Clube FM João Pessoa, trouxe à tona essa realidade de forma impactante, onde tivemos um papo leve sobre um jogo de basquete e a dor muscular que me causou. Mas essa dor física, por mais incômoda que seja, é ínfima perto da dor econômica que pode ser gerada por eventos que parecem estar a milhares de quilômetros de distância.

Nossa coluna na última segunda-feira (16), trouxe à discussão um tema que muitos preferem ignorar: a crise no Oriente Médio. A percepção comum, e perigosamente equivocada, é que “bombas caindo em Israel e no Irã não me afetam em nada”. Essa visão, é “muito pequena, muito limitada” do que realmente interfere um conflito dessa magnitude. A globalização não é apenas um termo acadêmico; é a realidade que molda nossas vidas, nossos negócios e nossa economia. As fronteiras geográficas se tornaram cada vez mais tênues quando se trata de impactos econômicos. Uma crise em uma parte do mundo pode, em questão de dias ou até horas, reverberar em mercados distantes, afetando desde grandes corporações até o pequeno empreendedor da sua rua.

É crucial que empreendedores e colaboradores compreendam essa dinâmica. O mundo está interligado por uma teia complexa de comércio, finanças e informações. O que acontece no Oriente Médio não fica no Oriente Médio. As ondas de choque se espalham rapidamente, e a economia brasileira, por mais robusta que possa parecer em alguns aspectos, não está imune a esses abalos. A ignorância ou a negação desses fatos pode ser o primeiro passo para uma série de dificuldades financeiras. Portanto, a conexão entre um jogo de basquete, que nos lembra da nossa própria vulnerabilidade física, e a geopolítica, que expõe a vulnerabilidade de nossas economias, é um lembrete poderoso de que precisamos estar sempre atentos e preparados para o inesperado. A dor no músculo passa, mas a dor no bolso, se não for prevenida, pode durar muito mais tempo e ter consequências devastadoras.

O Impacto Global Que Você Não Pode Ignorar: Petróleo, Plástico e a Sua Carteira

Quando falamos da crise no Oriente Médio, a primeira coisa que vem à mente de muitos é a violência, o sofrimento humano e os conflitos armados. E, de fato, esses são aspectos trágicos e inegáveis. No entanto, para além das manchetes e das imagens impactantes, existe uma dimensão econômica que afeta diretamente a vida de cada um de nós, mesmo que não percebamos de imediato. O ponto central dessa discussão, como destacamos, é o petróleo. O Oriente Médio é, inquestionavelmente, o maior produtor de petróleo do mundo, e essa commodity é o motor que impulsiona a economia global.

É um erro comum associar o petróleo apenas ao combustível que abastece nossos carros. A verdade é que o petróleo está intrinsecamente ligado a praticamente tudo o que consumimos e utilizamos no dia a dia. Pense no plástico: desde a embalagem do seu alimento até os brinquedos das crianças, passando por componentes eletrônicos e utensílios domésticos, o plástico é onipresente. E o plástico é um derivado do petróleo. Os cosméticos que você usa, os produtos de limpeza, os fertilizantes agrícolas, os medicamentos – a lista é vasta e surpreendente. A cadeia de produção de inúmeros bens e serviços depende diretamente do petróleo e de seus subprodutos.

Um conflito prolongado em uma região tão vital para a produção de petróleo como o Oriente Médio tem um impacto imediato e profundo nos preços dessa commodity. Quando a oferta é ameaçada ou a demanda por segurança energética aumenta, os preços disparam. E o que isso significa para você? Significa que o frete das mercadorias que chegam aos supermercados, às lojas e aos seus lares fica mais caro. Significa que o custo de produção de plásticos, cosméticos e outros derivados do petróleo aumenta, e esse aumento é repassado ao consumidor final. Mesmo que o governo federal, através da Petrobras, tente controlar os preços dos combustíveis, a pressão de uma guerra prolongada torna essa tarefa insustentável a longo prazo. O resultado é um efeito cascata que atinge todos os setores da economia.

O pequeno fiteiro em Oitizeiro, o comerciante do Costa e Silva, o trabalhador assalariado – todos serão afetados. A inflação se torna uma realidade mais palpável, o poder de compra diminui e a vida cotidiana se torna mais cara. É uma ilusão pensar que a distância geográfica nos protege desses impactos. Pelo contrário, a interconexão global significa que a crise de um é a crise de todos. Portanto, ignorar o impacto do petróleo e de seus derivados em nossa economia é ignorar a base de nossa própria subsistência. É fundamental reconhecer essa dependência e entender como os eventos globais podem, de fato, esvaziar a sua carteira de forma silenciosa e implacável.

A Visão Perigosa: Por Que Achar Que "Isso Não Me Afeta" é o Seu Maior Erro Financeiro

É tentador, em meio a notícias de conflitos distantes e crises econômicas globais, adotar uma postura de negação. A frase “isso não me afeta em nada” ou “bomba aqui é só de São João” reflete uma visão perigosa e, infelizmente, muito comum. Essa mentalidade, como costumo alertar, é um dos maiores erros financeiros que alguém pode cometer. Achar que os problemas do mundo não cruzarão a porta da sua casa é ignorar a realidade de um sistema globalizado onde as interdependências são a regra, não a exceção.

Essa visão limitada não se restringe apenas aos conflitos geopolíticos. Ela se manifesta também na forma como muitos encaram as flutuações do mercado, as políticas econômicas e até mesmo as mudanças climáticas. Acreditamos, erroneamente, que estamos isolados em nossa bolha, protegidos por fronteiras geográficas ou por uma suposta estabilidade local. No entanto, a história e a economia nos mostram repetidamente que essa é uma ilusão. Um aumento no preço do petróleo no Oriente Médio, uma crise financeira em um país europeu ou uma seca prolongada em uma região produtora de alimentos – todos esses eventos, por mais distantes que pareçam, têm o potencial de gerar ondas que chegam até nós.

Para o pequeno empreendedor, para o trabalhador autônomo, para a família que vive com um orçamento apertado, essa visão perigosa pode ser ainda mais devastadora. Enquanto grandes corporações podem ter mecanismos para absorver parte desses choques, os pequenos negócios e os indivíduos são os que mais sofrem. São eles que sentem o impacto direto do aumento dos preços, da queda do poder de compra e da instabilidade econômica. A falta de preparação e a crença de que “isso não vai me afetar” deixam essas pessoas e negócios vulneráveis a um cenário que poderia ter sido mitigado com uma dose de antecipação e planejamento.

É fundamental quebrar esse ciclo de negação e adotar uma perspectiva mais ampla e realista. Reconhecer que somos parte de um ecossistema global complexo é o primeiro passo para desenvolver a resiliência necessária para enfrentar os desafios que surgem. Isso significa estar informado, analisar os cenários e, acima de tudo, tomar iniciativas antecipadas para proteger seus recursos e seu futuro. Achar que os problemas do mundo são apenas problemas do mundo é um luxo que poucos podem se dar, e que pode custar muito caro no final das contas. A bomba que explode longe, sim, pode ter estilhaços que atingem diretamente a sua economia local, e ignorar isso é o seu maior erro financeiro.

Lições Dolorosas da Europa: Como a Inflação Pode Pegar Você de Surpresa

Minha experiência europeia recente serve como um alerta contundente sobre como a inflação pode se manifestar de forma abrupta e devastadora, especialmente em economias menos acostumadas a lidar com ela. Estive recentemente em Portugal durante o doutorado, no período em que a guerra na Ucrânia eclodiu. O que percebi na Europa foi um salto gigantesco nos preços em um curtíssimo espaço de tempo, algo que pegou muitos de surpresa e causou um impacto significativo na vida das pessoas e na operação das empresas.

A principal razão para essa vulnerabilidade europeia, reside no fato de que as empresas no continente operam com estoques muito baixos. A lógica é de um giro rápido, com mercadorias chegando e saindo quase que imediatamente. Essa eficiência, que em tempos de normalidade é uma vantagem, se torna uma fragilidade imensa diante de choques externos. Quando a cadeia de suprimentos é interrompida, seja por um conflito, uma pandemia ou qualquer outro evento disruptivo, a falta de estoque impede que as empresas absorvam o impacto inicial. O resultado é um repasse quase imediato dos custos para o consumidor final, gerando uma inflação galopante.

No Brasil, a realidade é um pouco diferente. Crescemos em um ambiente de inflação crônica, o que nos forçou a desenvolver uma espécie de “jogo de cintura” para lidar com a constante variação de preços. Estamos mais acostumados a ver os preços subirem e a buscar alternativas para mitigar esses aumentos. No entanto, essa “vantagem” não nos torna imunes. A persistência de conflitos globais, somada às pressões internas por ajuste fiscal e redução de custos nos governos federal, estadual e municipal, cria um cenário de grande incerteza. Se a guerra no Oriente Médio se prolongar, e as pressões inflacionárias se intensificarem, mesmo o nosso “jogo de cintura” pode não ser suficiente para evitar um impacto severo.

A lição da Europa é clara: a inflação pode ser um predador silencioso, mas quando ataca, sua mordida é dolorosa e rápida. Para quem não está preparado, as consequências podem ser desastrosas. O aumento dos preços dos alimentos, dos combustíveis, dos serviços básicos – tudo isso corrói o poder de compra e dificulta a vida de famílias e empresas. Ignorar esses sinais e não se preparar para um cenário de inflação mais alta é um risco que ninguém pode se dar ao luxo de correr. A experiência europeia nos mostra que a complacência pode ser um inimigo tão perigoso quanto a própria crise.

Estratégia 1: Reduza Custos Como Nunca Antes e Proteja Seu Dinheiro

Diante de um cenário de incertezas econômicas e impactos globais que se refletem localmente, a primeira e mais urgente medida que sugiro é a redução de custos. Essa não é uma recomendação nova; na verdade, é um mantra que repito constantemente em sua coluna, seja na TV ou no rádio. A analogia que ele usa é simples e poderosa: “custo é que nem unha, a gente tem que estar cortando sempre”. Essa frase encapsula a essência de uma gestão financeira prudente, que exige avaliação constante e ação decisiva.

Reduzir custos não significa apenas cortar gastos supérfluos. Significa uma análise profunda de todas as despesas, tanto pessoais quanto empresariais, para identificar onde é possível otimizar. Em momentos de turbulência, essa prática se torna ainda mais crítica. É o momento de questionar cada centavo gasto, cada assinatura, cada compra. Pergunte-se: isso é realmente essencial neste momento? Posso adiar essa aquisição? Existe uma alternativa mais barata que atenda à mesma necessidade?

A prudência é a palavra de ordem. Evitar compras impulsivas ou desnecessárias é fundamental. Se você tem planos de adquirir algo que não é urgente, como um novo eletrodoméstico, um carro ou até mesmo uma reforma, considere postergar. Em um cenário de instabilidade, o dinheiro na mão é poder. Ter uma reserva financeira, por menor que seja, oferece uma camada de segurança e flexibilidade para lidar com imprevistos. A lógica é simples: quanto menos você gasta, menos você precisa para se manter, e maior é a sua capacidade de resistir a choques externos.

Para empresas, a redução de custos pode envolver renegociação com fornecedores, otimização de processos, revisão de contratos e até mesmo a busca por tecnologias que aumentem a eficiência e diminuam o desperdício. Para indivíduos, pode significar revisar o orçamento doméstico, cortar gastos com lazer não essencial, buscar alternativas mais econômicas para o transporte ou alimentação. A chave é a disciplina e a constância. Assim como as unhas crescem e precisam ser cortadas regularmente, os custos tendem a se acumular e exigem uma vigilância contínua.

Em resumo, a estratégia de reduzir custos é uma defesa poderosa contra a incerteza. Ela fortalece sua posição financeira, aumenta sua resiliência e permite que você navegue por períodos turbulentos com mais segurança. Não espere a crise bater à porta para começar a agir. Comece a cortar seus custos hoje, como se estivesse aparando as unhas, e proteja seu dinheiro para o que der e vier.

Estratégia 2: Aumente Sua Receita AGORA e Respire Aliviado

Se a primeira estratégia foca em fechar as torneiras dos gastos, a segunda, igualmente crucial, é sobre encher o balde das receitas. Eu sigo enfatizando a importância de buscar ativamente o aumento da receita, seja você um empreendedor ou pessoa física. Em tempos de incerteza, depender apenas da redução de custos pode não ser suficiente. É preciso ir além e encontrar maneiras de trazer mais dinheiro para dentro do seu negócio ou da sua casa.

Para o empreendedor, isso pode significar uma série de ações criativas e proativas. Talvez seja o momento de trabalhar um pouco mais, estender o horário de funcionamento, ou até mesmo buscar novas oportunidades de negócio. A criação de “combos” de produtos ou serviços, por exemplo, pode ser uma forma eficaz de aumentar o valor percebido pelo cliente e, consequentemente, o ticket médio. Outra abordagem é a diversificação: identificar novas fontes de receita dentro do seu nicho de mercado ou explorar segmentos adjacentes. Isso pode envolver o lançamento de novos produtos, a oferta de serviços complementares ou a expansão para novos canais de venda.

Para o indivíduo, aumentar a receita pode significar buscar uma renda extra. Isso pode ser através de um trabalho freelancer, a venda de produtos artesanais, a oferta de serviços de consultoria em sua área de expertise, ou até mesmo a monetização de um hobby. O importante é não ficar parado, esperando que a situação melhore. A proatividade na busca por novas fontes de renda é um diferencial que pode aliviar significativamente a pressão financeira e proporcionar uma maior tranquilidade.

O grande benefício de combinar a redução de custos com o aumento da receita é a criação de uma margem de segurança. Quando você diminui o que gasta e aumenta o que ganha, a pressão sobre o seu orçamento diminui drasticamente. Reforço que é “muito ruim para um empreendedor, e para quem está nos escutando na sua casa, você está enforcado ali, está no limite o tempo todo”. Essa situação de constante aperto financeiro é exaustiva, estressante e afeta diretamente o bem-estar psicológico. Ao criar essa folga, você não apenas melhora sua saúde financeira, mas também sua qualidade de vida.

Em suma, a estratégia de aumentar a receita é um complemento vital à redução de custos. Ela não só ajuda a equilibrar as contas, mas também proporciona um fôlego financeiro que permite planejar o futuro com mais otimismo e menos ansiedade. Não subestime o poder de buscar ativamente novas formas de gerar dinheiro; essa pode ser a chave para você respirar aliviado em tempos desafiadores.

Estratégia 3: O Poder da Transparência: Salve Seu Negócio Conversando Com Sua Equipe

Além das estratégias financeiras de corte de custos e aumento de receita, destaco um terceiro ponto crucial, especialmente para empreendedores: a importância da comunicação transparente com os colaboradores. Essa fragilidade é comum em muitas empresas: a falta de diálogo e a ausência de uma “gestão à vista”. Essa falha na comunicação pode ser tão prejudicial quanto a má gestão financeira, pois mina a confiança, a motivação e o alinhamento da equipe.

A gestão à vista é sobre deixar claro para todos o que está acontecendo na empresa. Isso não significa expor informações confidenciais ou estratégicas que não cabem a todos, mas sim compartilhar dados e metas que impactam diretamente o dia a dia e o desempenho da equipe. Exemplos práticos incluem tornar visíveis as metas de faturamento, as comissões a serem pagas, o desempenho individual e coletivo de vendas, e até mesmo o número de atendimentos telefônicos que precisam ser realizados. Quando os colaboradores têm clareza sobre os objetivos e o progresso da empresa, eles se sentem mais engajados e responsáveis pelo sucesso coletivo.

A falta de comunicação frequente é um problema sério. É muito comum vivenciarmos situações em que, ao perguntar sobre a última reunião de equipe, a resposta é um “nem lembro”. Essa ausência de conversas francas e regulares cria um ambiente de incerteza e desconfiança. O colaborador se sente à margem, sem saber qual é o seu papel real no cenário maior da empresa, e o empreendedor, por sua vez, assume que a equipe já sabe o que precisa ser feito. Essa falta de clareza de ambos os lados gera desalinhamento, baixa produtividade e, em última instância, prejudica o negócio.

Conversar com os colaboradores não é apenas uma questão de cortesia; é uma ferramenta estratégica poderosa. Reuniões regulares, feedbacks construtivos, e a criação de canais abertos para sugestões e preocupações são essenciais. Quando a equipe se sente ouvida e informada, ela se torna parte da solução, e não apenas um executante de tarefas. Em momentos de crise, essa união e alinhamento são ainda mais vitais. Uma equipe engajada e ciente dos desafios é capaz de inovar, buscar soluções e se adaptar mais rapidamente às mudanças.

Em resumo, a transparência na gestão e a comunicação constante com a equipe são pilares para a resiliência de qualquer negócio. Não subestime o poder de uma equipe bem informada e engajada. Salve seu negócio não apenas cortando custos e aumentando receitas, mas também investindo naquilo que é o seu maior ativo: as pessoas que trabalham com você. A gestão à vista e o diálogo aberto são o caminho para construir uma equipe forte e preparada para enfrentar qualquer desafio.

Os Desafios do Calendário: São João, Férias e a Armadilha Financeira

Além dos impactos globais e das estratégias de gestão interna, trago à tona um ponto crucial para o planejamento financeiro de negócios e indivíduos no Brasil: os desafios impostos pelo calendário. Especificamente, quero te lembrar que o São João e o período de férias escolares em julho são armadilhas financeiras que podem impactar fortemente diversos setores da economia, especialmente os pequenos e médios negócios.

O São João, para muitas regiões do Brasil como aqui no Nordeste, é uma festa de grande importância cultural e econômica. No entanto, para o consumidor, ele representa um período de gastos elevados. As pessoas tendem a gastar mais com festas, viagens, comidas típicas e vestuário. Esse aumento no consumo em um setor específico, muitas vezes, significa uma redução drástica em outros. Vários segmentos como cosméticos, higiene e beleza, onde as pessoas tendem a postergar compras para depois do período junino. Essa mudança no padrão de consumo pode gerar uma queda significativa nas vendas para esses setores, pegando muitos empreendedores desprevenidos.

Em seguida, temos o mês de julho, que coincide com as férias escolares. Para muitas famílias, esse é o momento de viajar, o que, por sua vez, impacta o consumo local. Se as pessoas estão viajando, elas não estão consumindo em seus bairros, em suas cidades. Restaurantes, lojas, prestadores de serviço locais sentem essa queda na demanda. Essa combinação de fatores – o rescaldo dos gastos de São João e a saída de consumidores para viagens – torna os meses de julho, agosto e setembro “muito apertados” para a grande maioria dos mercados.

Essa sazonalidade, embora previsível, muitas vezes não é devidamente planejada. Muitos negócios operam no limite, sem uma reserva de caixa para suportar esses meses de menor movimento. A falta de planejamento para esses períodos de baixa demanda pode levar a dificuldades financeiras, necessidade de empréstimos e, em casos extremos, até mesmo ao fechamento de portas. Para o indivíduo, a armadilha é semelhante: gastos excessivos no São João e nas férias podem comprometer o orçamento familiar, levando a dívidas e estresse financeiro.

A minha mensagem é clara: é preciso pensar à frente e parar de olhar apenas para a ponta do seu sapato. O planejamento antecipado para esses períodos de desafio é fundamental. Isso pode incluir a criação de promoções específicas para atrair clientes nos meses de baixa, a diversificação de produtos ou serviços, ou a formação de uma reserva financeira para atravessar esses períodos com mais tranquilidade. Ignorar os desafios do calendário é como navegar em águas turbulentas sem um mapa; o risco de naufrágio é iminente.

O Próximo Passo: Pare de Olhar Para a Ponta do Sapato e Garanta Seu Futuro

Quero deixar uma mensagem essencial para a sobrevivência e o sucesso em um mundo cada vez mais volátil: a necessidade de parar de olhar apenas para a ponta do sapato e começar a enxergar o horizonte. Essa metáfora simples, mas profunda, resume a importância de uma visão estratégica e de longo prazo, tanto para indivíduos quanto para negócios. Em um cenário de constantes mudanças e incertezas, a capacidade de antecipar, planejar e agir proativamente é o que diferencia aqueles que prosperam daqueles que sucumbem.

Olhar para a ponta do sapato significa focar apenas no presente imediato, nas dificuldades do dia a dia, sem considerar as implicações futuras de eventos globais ou sazonais. É a mentalidade de quem acredita que “isso não me afeta” ou que os problemas se resolverão por si mesmos. Essa visão limitada impede a identificação de riscos e oportunidades, tornando a pessoa ou o negócio vulnerável a choques externos e a armadilhas financeiras previsíveis.

O “Vamos em Frente” é um convite à reflexão e à ação. Ele nos lembra que a dor de um basquete, por mais incômoda que seja, é passageira. Mas a dor no bolso, causada pela falta de planejamento e pela ignorância dos impactos globais, pode ser duradoura e ter consequências sérias. Fiz uma brincadeira sobre meu jogo de basquete, evolui para uma análise profunda sobre a interconexão do mundo e a necessidade de uma gestão financeira e estratégica consciente.

As três estratégias apresentadas – reduzir custos, aumentar a receita e conversar com os colaboradores – não são apenas dicas isoladas; são pilares de uma abordagem holística para a resiliência. Elas se complementam e se fortalecem mutuamente. A redução de custos cria uma base sólida, o aumento da receita proporciona fôlego e a comunicação transparente com a equipe garante o alinhamento e o engajamento necessários para enfrentar os desafios.

Meu recado final é um chamado à proatividade. Não espere a crise bater à porta para começar a se preparar. Não se iluda com a falsa sensação de segurança que a distância geográfica pode proporcionar. O mundo é globalizado, e o que acontece em um canto do planeta pode, sim, impactar diretamente a sua vida e o seu negócio. Portanto, o próximo passo é adotar uma mentalidade de antecipação, de planejamento e de ação. É hora de 

levantar a cabeça, olhar para o horizonte e garantir que o seu futuro seja construído sobre bases sólidas, preparado para enfrentar qualquer tempestade que possa surgir. Como Erly do Povo bem colocou durante a coluna desta semana, é preciso começar a semana “indo em frente, pensando assim, no que a gente vai enfrentar durante a semana”. E essa é a verdadeira essência de “Vamos em Frente”.

Te espero semana que vem! #VamosEmFrente

*Vinnie Oliveira é consultor, especialista em empreendedorismo e o autor da coluna Vamos em Frente



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