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Trump impõe tarifaço global: o que o empreendedor brasileiro precisa saber (e fazer) agora

Descubra como essas decisões afetam o empreendedor brasileiro e por que agir agora é essencial

Por Redação T5 Publicado em
TRUMP
Com novas tarifas de até 104%, o cenário global mudou

*Por Vinnie de Oliveira

Nas últimas semanas, o mundo voltou os olhos para a Casa Branca. Reeleito, Donald Trump trouxe uma nova conjuntura que impacta agressivamente todos os países. Esta leva de medidas protecionistas, que já começam a impactar o comércio global e, claro, o Brasil, podem causar problemas sérios. Para os empreendedores brasileiros, o cenário é, ao mesmo tempo, desafiador e promissor. Mas, afinal, o que muda na prática?

Desde a chegada de Trump tenho buscado ler muito e assistir comentaristas políticos de várias vertentes para poder avaliar o que pode acontecer com o empreendedorismo. Trago aqui algumas reflexões.

As medidas que já estão valendo: um tarifaço histórico

Nesta quarta-feira, 09 de abril de 2025, entrou oficialmente em vigor o que analistas já chamam de “tarifaço explosivo” do presidente Donald Trump. A principal mudança: um salto de 34% para impressionantes 104% nas tarifas sobre produtos chineses. Sim, você leu certo: mais que triplicou​.

Essa medida é parte de uma ofensiva mais ampla que atinge cerca de 60 países com aumentos tarifários em diferentes intensidades. A justificativa? Proteger a indústria americana e pressionar nações que, segundo Trump, estariam se beneficiando de um “comércio injusto” com os Estados Unidos.

E o que isso tem a ver com o Brasil?

Apesar de o nosso país não ser o principal alvo do tarifaço, o efeito dominó no comércio global já começou. O acirramento das tensões entre EUA e China pode:

  • Redirecionar o fluxo de mercadorias chinesas para mercados onde o Brasil atua, gerando competição desleal em preços.
  • Aumentar a instabilidade cambial, especialmente no câmbio real-dólar.
  • Criar novas brechas para o Brasil exportar para mercados que antes compravam da China: uma oportunidade para quem está atento às movimentações internacionais.

O lado difícil da balança

Logo de cara, Trump anunciou tarifas de 25% sobre o aço e o alumínio importados, afetando diretamente um dos principais produtos exportados do Brasil para os EUA​. Talvez não fique claro para a maioria dos brasileiros, mas o alumínio fatura cerca de R$ 135 bilhões por ano e representa 5,6% do PIB nacional. 

Embora o Brasil tenha sido enquadrado na menor tarifa geral (10%) no célebre anúncio de Trump realizado no dia 02 de abril para as tarifas recíprocas, setores como o agronegócio, biocombustíveis e autopeças também estão na mira​. Os Estados Unidos aplicaram a menor taxa para os países que ele vende mais do que compra (tecnicamente isso se chama superávit comercial).

Para os pequenos e médios exportadores, isso pode significar:

  • Perda de competitividade nos EUA, devido ao aumento no preço final dos produtos.
  • Dificuldade de acesso ao mercado americano, o que afeta especialmente quem depende de contratos internacionais.
  • Pressão no mercado interno, já que produtos antes exportados podem inundar o Brasil, derrubando preços locais​.

Oportunidades à vista

Mas nem tudo é preocupação. Especialistas enxergam uma “janela de oportunidade” para o Brasil. Como países como China, Japão e Índia sofreram tarifas muito mais altas, o Brasil ganha competitividade relativa​​.

O que isso pode gerar?

  • Acesso ampliado a mercados que buscam alternativas aos produtos chineses.
  • Aumento das exportações brasileiras para regiões como Europa e América Latina, em meio à reconfiguração de cadeias globais​.
  • Negociação de novos acordos comerciais, fortalecendo o posicionamento do Brasil no cenário internacional.

E o bolso do empreendedor?

Apesar da menor tarifa aplicada ao Brasil, os reflexos podem bater no caixa dos empreendedores de forma indireta. Você precisa ficar muito atento a tudo que está acontecendo. Veja alguns pontos importantes:

  • O dólar tende a oscilar, pressionando insumos importados e contratos dolarizados​.
  • A inflação global pode subir, influenciando os custos operacionais.
  • Um possível redirecionamento comercial pode trazer novos concorrentes para o mercado brasileiro, exigindo inovação e estratégia.
  • Com aumento dos custos muito provavelmente os colaboradores serão impactados e forcem a elevação de salários.

Como navegar nesse novo cenário?

Mais do que nunca, o empreendedor brasileiro precisa estar informado e preparado para se adaptar:

  • Avalie novos mercados potenciais para seus produtos.
  • Diversifique fornecedores e estratégias de venda.
  • Reforce o posicionamento da sua marca como confiável, inovadora e sustentável, isso pode ser decisivo em mercados exigentes.
  • Esteja atento aos movimentos dos seus concorrentes e clientes para que perceba movimentações que possam fazer com que deixem sua empresa.

Entre riscos e oportunidades, o Brasil precisa agir com estratégia.

A postura de diálogo adotada pelo governo brasileiro pode abrir portas, mas a capacidade de adaptação dos nossos empreendedores é o que vai, de fato, virar o jogo. Os políticos muitas vezes tomam decisões focadas em setores específicos (e neste caso o agronegócio já está firme nesta pressão) mas em linhas gerais precisamos que nosso governo tenha muita cautela e pense com a razão principalmente com o possível impacto da vinda em massa de produtos chineses para o Brasil. 

Para os empreendedores, é hora de monitorar, adaptar e reagir com agilidade. O tabuleiro do comércio mundial está sendo reorganizado em tempo real, e quem se antecipa, conquista espaço.

E você, empreendedor: como sua empresa pode se beneficiar desse novo cenário? Quais os seus desafios? Compartilhe com a gente nos comentários ou nas minhas redes sociais.

 #VamosEmFrente

Links interessantes: 

https://www.bbc.com/portuguese/articles/c1lmp69gpq1o

https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2025/04/06/brasil-pagara-taxa-menor-que-rivais-nos-5-produtos-que-mais-vende-aos-eua.htm

https://revistaaluminio.com.br/setor-do-aluminio-fatura-r-135-bilhoes-e-contribui-com-56-do-pib-industrial/


*Vinnie Oliveira é o autor da coluna Vamos em Frente



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