Carnaval de “férias silenciosas”: como iremos lidar com a falta de pessoas nas empresas?
Vinnie Oliveira fala sobre a dificuldade de contratação em algumas empresas

Por Vinnie Oliveira*
Empreendedores enfrentam uma batalha incrível, que está ficando cada vez mais difícil, nos últimos anos: a falta de colaboradores. Todos os dias eu recebo mensagens de alguém do mercado dizendo que não consegue contratar pessoas para sua empresa. Como vamos resolver esse problema?
Por um lado, temos uma questão geracional. Uma parcela significativa da população produtiva hoje está na dita “Geração Z”. São pessoas que estão com até 27 anos de idade em 2025. Possuem comportamentos específicos como todas as gerações. Não quero neste texto realizar análise comportamental (até porque temos sites e vídeos aos montes fazendo isso por aí). Mesmo assim, deixo abaixo a tabela com as gerações:
Baby Boomers: nascidos entre 1946 e 1964
Geração X: nascidos entre 1965 e 1980
Geração Y ou Millennials: nascidos entre 1981 e 1996
Geração Z: nascidos entre 1997 e 2010
Geração Alfa: nascidos a partir de 2010 (atualmente com até 10 anos)
Geração Beta: embora não haja consenso, para uns, esta geração nasce a partir de 2020 e para outros, 2025.
Por outro, reclamações gigantes dos programas de governo que criam uma “arapuca” onde as pessoas ficam presas e não desejam mais trabalhar. “Escutei hoje de uma pessoa que tem dois filhos, auxílio gás e outros lá e consegue chegar a R$ 1.300,00. Disse na minha cara que não iria trabalhar 8 horas por dia por um salário mínimo”, esse foi um dos relatos que escutei ontem de um empreendedor.
Estamos com uma economia muito balançada. Isso é um fato e não sabemos se pisamos em um “chão firme” para apoiar nossas estruturas. O fato é que empresas estão com margens muito menores e a eficiência deve prevalecer em suas ações. Não adianta você apenas olhar para o seu vizinho concorrente e colocar “10% abaixo” no seu preço.
Como já tive a oportunidade de morar fora do Brasil por mais de uma década, posso afirmar que por todos os países que passei e tive a honra de conversar com empreendedores, que as margens de lucro no Brasil ainda são muito grandes. Temos impostos massacrantes e que tendem a piorar com a Reforma Tributária, mas olhando especificamente para as margens de lucro, temos gordura.
Esqueça o padrão de ser “apenas investidor” e “abrir o negócio, entregar o comando ao ‘funcionário’ e ir pra praia tomar banho de sol ou estar em um Happy Hour todos os dias”. Muitos empreendedores ainda acreditam que seus negócios “rodam sozinhos com seus colaboradores”. Minha recomendação sincera é que façam uma imersão verdadeira nas entranhas da sua empresa. E digo mais: conheçam bem seu cliente para que ele volte!
As gerações de hoje estão muito moldadas na facilidade do que as telas mostram e acreditam que tudo se resolve com um clique. Não precisam ficar nas cadeiras. Não precisam dar expediente. Não precisam fazer nada e tudo estará ali sem pensar. Pior: querem que seus pais até participem das entrevistas de emprego com eles. Tudo para eles é um tédio, se não tirar dancinha, gritinho, comemoração, canetas coloridas essa empresa “não é legal”. “A empresa da minha amiga é massa!! Todo dia tem uma celebração ou seminário. Eles trabalham pouco!”, escutei esses dias.
Viver na sociedade da velocidade, do excesso de informação, da abundância de possibilidades nos traz um “burnout de possibilidades” escorrem pelos dedos. Estamos ficando cada vez piores, é triste dizer isso. Tivemos “um freio de arrumação” chamado COVID que nos deu a oportunidade de sermos melhores, de evoluirmos mas, ao que parece, retrocedemos a passos bem largos.
Seja nas empresas ou na vida, precisamos repensar nosso papel. As “férias silenciosas” que foi o tema da minha coluna essa semana na Clube FM João Pessoa (VAMOS EM FRENTE | VINNIE DE OLIVEIRA: 24/02/2024), não vão resolver o problema que estamos enfrentando. Não será virando as costas para a empresa que paga seu salário ou para seu colaborador que precisa de atenção que teremos um mercado competitivo e que evolua. Não falo apenas sobre sua rua, bairro ou cidade. Isso é um sentimento geral pelo nosso lindo planeta.
Cada um de nós precisa pensar um pouco: estamos no caminho certo? Deixo aqui espaço para o seu comentário ou nas minhas redes sociais (@vinniedeoliveira ).
#VamosEmFrente
*Vinnie Oliveira é o autor da coluna Vamos em Frente