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“Um livro para chamar de meu”: professora cria projeto para doação de livros

Doação pode ser feita por pessoas ou editoras

Por Redação Publicado em
Educa Mais Brasil 13 10 20
Imagem: Educa Mais Brasil/Divulgação

No Brasil, o número de pessoas não alfabetizadas teve uma leve queda, passando de 6,8%, em 2018, para 6,6% em 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número ainda é longe para chegarmos a um patamar de democratização da leitura. Nesse cenário, iniciativas conjuntas ou individuais buscam mudar um pouco a realizada promovendo ações que afirmam a importante da leitura na vida das pessoas.

Intitulado “Um livro para chamar de meu”, o projeto desenvolvido pela escritora e professoraMárcia Mendes recebe doações de editoras e de pessoas comuns que querem contribuir para mudar esta cena de exclusão literária. Os quase 500 livros já arrecadados são repassados para os pequenos de forma gratuita. Interessados em contribuir com a incitava podem entrar em contato pelo instagram da idealizadora do projeto @marciacasm.

“Quando pequena, eu sentia falta de ler. Sempre tive amigas que tinham aquelas enciclopédias e livros de literatura. A falta dos livros na minha vida não tirou a minha vontade de ler, mas de certa forma contribuiu para que eu me sentisse menos. Pela falta de um livro para chamar de meu na infância, surgiu a vontade de criar o projeto, porque eu ainda encontro muitas crianças que não têm um livro em casa, principalmente um livro de literatura”, revela a autora.

A escritora defende a promoção da educação para as crianças, independente do meio em que elas estão inseridas. “Meus pais se esforçaram muito para que eu nunca fosse para escola sem livros, por isso alego que o meio que você vive não é determinante. O fato de não ter tido na infância acesso a livros, de sua casa não ter exemplares diversos, não significa que você não terá condições de avançar na leitura”.

Autora de três obras literárias dedicadas ao público infantil, Márcia Mendes lança neste sábado a mais recente obra intitulada A Gata que não era Xadrez. Com ilustrações de Marcelo Cardinal, a obra é inspirada no livro Era uma vez o Gato Xadrez, de autoria de Bia Vilela. O lançamento acontece este sábado, 17 de outubro, às 17 horas, em uma live literária no canal do Youtube ENDTV BRASIL. “A pandemia nos ensinou a repensar a forma de divulgação do nosso trabalho e está ajudando a ser ainda mais acessível”.

A educadora defende que a escola tem papel fundamental neste processo de democratização da leitura. “Não me refiro apenas a promover o acesso, a somente entregar o livro, mas sim fomentar esse gosto pela leitura, o encantamento pelas palavras”, conclui.

A importância do incentivo à educação

Estimular o desenvolvimento da criatividade para as crianças é importante para que elas cresçam e tenham gosto pela educação. “Eu não vejo um ensino na escola que não seja através da literatura, d arte, do teatro, da brincadeira porque essa é a forma intuitiva que a criança se comunica com o mundo e o entende”, destaca o escritor e professor de Filosofia Saulo Dourado.

Filho de professores, Saulo, 31 anos, esteve sempre inserido no mundo da literatura. Quando pequeno, brincava na biblioteca do pai e mergulhava nos livros que ali estavam guardados. “Meu pai é professor de matemática, mas aficionado por livros de literatura. Ele colecionava diversos livros, revistas e enciclopédia. Mas quem sentou comigo para ler esses livros foi minha mãe, que é pedagoga e, na época, era professora de educação infantil”, relembra.

A partir da leitura e da escrita, as crianças podem desenvolver a criatividade. Mas pais e escolas precisam estar atentos para ajudar os pequenos nessa missão. Muitas vezes, é através das instituições de ensino que a literatura entra na vida dos pequenos que não tem acesso à educação de qualidade. “Por isso, é importante ter livros de literatura para alfabetizar. O livro enquanto objeto pode não ser mais tão atraente e interativo quanto agora uma tela que se mostra de uma maneira sedutora para uma criança, mas não pode ser substituído”, defende Dourado.

Agência Educa Mais Brasil


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