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Professor é afastado após usar charge com Bolsonaro e Trump na cama, em escola do Rio

Material foi utilizado em atividade do 3º ano do ensino médio, durante aula de português

Por Redação Publicado em
Satira bolsotrump
Sátira faz relação entre Bolsonaro e Trump, e foi utilizada em aula de português Sátira faz relação entre Bolsonaro e Trump, e foi utilizada em aula de português Foto: Reprodução/Facebook

Um professor de português foi afastado do trabalho depois de utilizar uma charge satirizando a relação entre Jair Bolsonaro e Donald Trump em uma atividade para seus alunos. O caso aconteceu no colégio Liceu de Humanidades, em Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro.

Marco Antônio Tavares da Silva é professor há 15 anos, e segundo ele, a intenção era que os estudantes de uma turma do 3º ano do ensino médio da escola identificassem elementos como ironia e humor na charge, fazendo comentários sobre o texto em seguida.

“Sempre usei charges para trabalhar em sala de aula. Neste caso, de forma contextualizada na ironia, no humor, que é tipico desse tipo de texto. Expliquei como detectar esses aspectos e disse que não deixa de ser um texto argumentativo. Temas como a relação de Bolsonaro com Trump, a Venezuela, estão em voga, então pedi que alunos fizessem uma ánalise da charge. Não há doutrinação nenhuma, eu dei liberdade para que se posicionassem livremente sobre o conteúdo”, explicou o docente ao O Globo.

Ao jornal ele também disse que a diretora foi quem o informou sobre o afastamento, por telefone, e que a medida foi tomada a pedido do governador do Rio, Wilson Witzel. Na Coordenadoria Regional de Educação, o professor foi informado apenas que foi afastado “por ordens superiores” e “para acalmar os ânimos”.

A Secretaria de Estado da Educação emitiu nota afirmando que abriu uma sindicância para apurar o caso, e que Marco Antônio será substituído por outro profissional no ensino da disciplina até a conclusão do processo.

O professor disse que a charge foi interpretada de forma errada, como se tivesse conotação sexual, e revelou ainda que passou a sofrer ameaças nas redes sociais após a repercussão do caso, com comentários ofensivos direcionados a ele.

“Recebi diversas ameaças, pessoas dizendo que ‘tem que matar esse viado comunista’. No final da noite, uma amiga me ligou dizendo que um grupo de policiais estava me caçando pela cidade. Eu preciso de proteção, minha integridade física está em jogo. Isso não só é perseguição, como também é censura. Não tem cabimento ser afastado por conta de uma charge que é um instrumento que existe desde a ditadura”, concluiu.

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