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OMS anuncia nova suspensão de testes com hidroxicloroquina

Decisão acontece após órgão americano retirar medicamento de protocolo

Por Redação Publicado em
Anvisa decide que compra de hidroxicloroquina exige receita medica

“Há apenas cinco minutos atrás, fizemos uma ligação para todos os responsáveis pelos testes. Com base nas evidências obtidas, a decisão foi de parar os testes randomizados com a hidroxicloroquina. [A decisão] foi tomada com base nas informações fornecidas pelos testes feitos na Inglaterra e nos dados colhidos pelos testes do grupo Solidariedade”, informou Ana Maria Henao-Restrepo, chefe da Unidade Pesquisa e Desenvolvimento da OMS.

Essa é a segunda vez que a OMS suspende os testes com os compostos. Anteriormente, o estudo que relatou a ausência de benefícios e os possíveis riscos no uso da hidroxicloroquina: foi contestado por médicos, estatísticos e cientistas. Posteriormente, o estudo foi retirado da revista médico-científica The Lancet, que emitiu nota de desculpas por não poder apresentar as bases de dados usadas no estudo para revisão de pares.

Dexametasona

Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, e Michael Ryan, diretor executivo do Programa de Emergências, apresentaram o que chamaram de “descoberta significativa” no combate ao novo coronavírus (covid-19). A dexametasona, um corticosteróide amplamente acessível, apresentou dados positivos no combate a manifestações severas da covid-19, principalmente para pacientes que necessitam de respiradores mecânicos.

“Pesquisadores concordaram em investigar drogas com potencial, incluindo esteróides. A OMS desenvolveu um protocolo-padrão, que foi adaptado e usado por pesquisadores ao redor do mundo. Recebemos as boas notícias sobre os testes no Reino Unido. A dexametasona, um esteróide comum, demonstrou efeitos positivos em pacientes com sintomas agudos da covid-19. A mortalidade para pacientes que estão entubados, e necessitam do uso de um ventilador mecânico, caiu em um terço”, afirmou Ghebreyesus.

“Essa é uma das muitas descobertas que precisamos para lidar de maneira eficaz com a covid-19. São dados preliminares vindos de apenas um estudo. É muito significante, mas também temos que ver os dados reais, completos. Eles [médicos ingleses responsáveis pelo estudo] trabalharão arduamente nos próximos dias para publicar com a revisão de pares necessária, e todos poderão saber os resultados”, disse Michael Ryan.

Cautela

Os médicos, porém, pediram cautela e paciência no uso e administração de medicamentos que ainda não tem a eficácia comprovada. “É necessário que todos os países tenham abordagens comedidas. Essa não é a hora de mudar protocolos médicos de maneira apressada. É necessário repetir: essa droga [dexametasona] não deve ser usada sem supervisão médica, e só se mostrou eficaz no tratamento de casos de pessoas gravemente doentes da covid-19 - aqueles que precisam do uso de ventilação”, disse Michael Ryan.

Sobre abordagens diferentes, ambos os médicos afirmaram que a OMS se mantém aberta ao estudo de diversas drogas e substâncias no combate ao novo coronavírus, e que a contribuição de informações de atendimentos ao redor do mundo mostra o comprometimento de toda a comunidade médico-científica em derrotar a pandemia.

Agência Brasil


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