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Ministério Público pede prisão de responsável por abrigo de idosos em JP

Idosos foram resgatados de condições precárias de estrutura e higiene.

Por Dennison Vasconcelos Publicado em
Pacientes resgatados foram levados para o Hospital Padre Zé.
Pacientes resgatados foram levados para o Hospital Padre Zé. (Foto: Divulgação)

O responsável pela instituição de longa permanência para idosos Cuidart, em João Pessoa, teve a prisão preventiva solicitada pelo Ministério Público da Paraíba. O ambiente foi interditado em abril deste ano pela Vigilância Sanitária. Conforme a denúncia, os idosos institucionalizados tinha a integridade e a saúde, física e psíquica, expostas a perigo.

Durante a inspeção no dia 4 de abril foram contabilizados 39 pacientes idosos, entre homens e mulheres, em situação de negligência e vulnerabilidade, alguns apresentavam avançado estado de desnutrição, desidratação e infecções recorrentes.

Devido às precárias instalações e péssimas condições de higiene, foi determinada a transferência dos idosos para o Hospital Padre Zé. Dezessete idosos foram levados, com urgência, para a unidade durante a madrugada do dia 5 de abril. A maioria deles estava acamado, desidratado, emagrecido; e dois deles apresentavam sinais de infecção ativa.

A equipe médica do hospital constatou que os idosos foram admitidos com quadro de desorientação, alguns dos quais tinham postura de contratura, especialmente quatro idosas que apresentavam posição de defesa com os braços cruzados sobre o tórax, enquanto outros apresentaram um quadro de saúde mais agravado, decorrente da ação comissiva dos acusados.

Conforme o relato das testemunhas, os idosos estavam instalados em um local insalubre, com gotejamento de água da chuva em seus dormitórios, banhos gelados durante a madrugada, feridas abertas e purulentas, além de serem privados de água e alimentos, situação que acelerou a morte de alguns pacientes e agravou o estado de saúde de outros. Sete idosos faleceram no Hospital Padre Zé, após serem retirados do abrigo, e um idoso já tinha falecido dentro da própria instituição, dias antes do resgate.

Além do responsável pela instituição, a enfermeira-chefe do abrigo foi denunciada à Justiça pelo órgão ministerial por provocar lesões corporais graves em uma idosa de 92 anos, que teve um membro amputado. "O descaso com o ferimento resultou na necrose, não apenas do dedo, além dos demais dedos do pé esquerdo, causando a imobilização do joelho e levando à amputação do membro inferior esquerdo".

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