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"Me sinto empoderada e uma fortaleza de mulher", diz paraibana que venceu o câncer de mama

Segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES), a estimativa é de que 880 novos casos sejam identificados em 2019, na Paraíba.

Por Redação Publicado em
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Foto: Arquivo Pessoal/Nininha Oliveira

Nininha conta que outro momento difícil foi quando o cabelo começou a cair. Contudo, ela ergueu a cabeça e transformou o sofrimento em coragem. “A princípio a gente acha que não vai sair de casa enquanto o cabelo não crescer, mas comecei a gostar de mim careca. Percebi que a beleza está além disso e comecei a caprichar na maquiagem, no look, nos acessórios e fui vivendo com o que eu tinha para oferecer no momento”, disse.

“Fazia questão de andar careca para mostrar as pessoas que estar tratando de um câncer não era sinônimo de fraqueza ou vergonha. E, embora alguém morra de câncer, não quer dizer, de forma alguma, que ele venceu”, destacou.

Atualmente, com a doença curada, Nininha segue o tratamento chamado hormonoterapia que terá duração de 10 anos. Ela ressalta a importância do autoexame e incentiva outras mulheres que estejam enfrentando o câncer de mama. “É muito importante que as mulheres adquiram o hábito de se tocar e conhecer o próprio corpo porque quando a mulher se conhece, fica mais fácil de identificar quando algo está irregular”, pontuou.

“Desejo que sejam fortes e corajosas! Quando a gente passa por todo esse sofrimento, é impossível ser a mesma pessoa. Hoje eu me sinto empoderada e uma fortaleza de mulher”, finalizou.

Foto: Divulgação

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de mama é o que mais atinge e mata mulheres no Brasil, com exceção de tumores de pele. A estimativa é que em 2019, sejam diagnosticados 59.700 novos casos da doença e 16.069 de mortes por câncer de mama. Na Paraíba, segundo a Secretaria do Estado de Saúde (SES), 880 novos casos devem ser identificados neste ano, sendo 240 em João Pessoa.

A campanha ‘Outubro Rosa’ tem o intuito de conscientizar e alertar as mulheres em relação a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama que pode ser obtido, principalmente, através do autoexame. Conforme a mastologista, Rafaela Montenegro, se a doença for identificada precocemente, as chances de cura se tornam maiores que 90%. “É importante que as mulheres se conheçam e se toquem. E, mesmo nos casos em que nada seja encontrado, é fundamental que realizem a mamografia anualmente a partir dos 40 anos ”, destaca.

O que é

De acordo com a médica, o câncer de mama acontece quando células do tecido mamário sofrem mutações. “Elas passam a se multiplicar de forma descontrolada, adquirindo a capacidade de formar tumor e também de causar metástase (de se disseminar para outras regiões como axila, ou para outros órgãos como o pulmão)”, explicou.

Sintomas

Embora a doença muitas vezes seja assintomática, Rafaela alerta que há muitos sinais que podem ser observados. São eles: nódulo (ou caroço) endurecido na mama, alteração da consistência da pele da mama, saliência ou reentrância na pele da mama, úlcera (ou ferida) na mama, retração, afundamento ou desvio do mamilo, assimetria mamária nova (quando uma mama começa a ficar maior ou menor que a outra), vermelhidão na mama, saída de secreção pelos mamilos (principalmente quando ocorre de forma espontânea, no caso, sem você apertar, e quando tem coloração transparente ou vermelho vivo, dor mamária (em especial quando essa dor é localizada e não se relaciona com o ciclo menstrual) e descamação ou ferimento do mamilo que não cicatriza.

Causas

A mastologista explica ainda que a doença possui alguns fatores de risco, sendo o principal: ser mulher, considerando que 99% dos casos acontecem no sexo feminino. Outros deles são: idade maior que 50 anos (o risco para o câncer de mama aumenta com o avançar da idade), histórico familiar de câncer de mama e/ou ovário (mas é importante ressaltar que o câncer de mama hereditário representa apenas 10% dos casos da doença. Em 90% deles, acontece por mutações adquiridas ao longo da vida. Logo, não ter histórico familiar não significa que está isenta do câncer de mama), histórico pessoal de câncer de ovário, de endométrio ou de cólon (intestino grosso), mamas densas na pós-menopausa (esse é um achado identificado na mamografia), histórico de irradiação torácica antes dos 30 anos (por exemplo, pacientes que fizeram radioterapia para tratamento de linfoma), obesidade em pacientes menopausadas, sedentarismo, consumo excessivo de bebidas alcoólicas, não ter filhos ou ter após os 30 anos, ter tido a primeira menstruação antes dos 12 anos, menopausa após os 55 anos, uso de reposição hormonal prolongada para tratamento de sintomas da menopausa e o uso de anticoncepcionais.

Tratamento

A médica ressalta que a paciente que tiver a doença confirmada deve receber o suporte de uma equipe composta por especialistas como mastologista, oncologista, radioterapeuta, psicólogo, fisioterapeuta, cirurgião plástico, enfermeiro e nutricionista a fim de proporcionar um tratamento mais eficaz e menos agressivo.

De acordo com ela, o tratamento vai depender do tipo do câncer, do estágio em que a doença se encontra ao diagnóstico e de outros fatores relacionados à paciente.


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