Sepultado jovem morto por leoa após invadir recinto em zoológico de João Pessoa
O velório, realizado no próprio cemitério, reuniu familiares e membros da assistência social que acompanhavam Gerson
O corpo de Gerson de Melo Machado, de 19 anos, foi sepultado na tarde desta segunda-feira (1º) no Cemitério do Cristo, em João Pessoa. O jovem morreu no domingo (30) após invadir o recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, conhecido como A Bica, onde acabou atacado pelo animal.
O velório, realizado no próprio cemitério, reuniu familiares e membros da assistência social que acompanhavam Gerson. O sepultamento ocorreu por volta das 15h. A avó do jovem, com quem ele morava no bairro de Mangabeira, na zona sul da capital paraibana, estava entre os mais abalados pela tragédia, segundo relatos da família.
O caso ganha um contexto complexo diante do histórico da vítima. Segundo informações, Gerson de Melo Machado tinha transtornos mentais, diagnosticado com esquizofrenia.
A Justiça da Paraíba havia determinado, em mais de uma ocasião, que o jovem fosse internado em uma instituição de longa permanência. Uma decisão de 30 de outubro, por exemplo, mencionava que o tratamento ambulatorial era insuficiente para conter o "ímpeto perigoso" e garantir a eficácia do tratamento psiquiátrico, sendo a internação em Hospital de Custódia a medida mais adequada para resguardar a ordem pública e assegurar o tratamento.
O caso levanta, inclusive, o debate sobre o acompanhamento especializado e o cumprimento das determinações judiciais.
O ataque ocorreu no domingo (30), durante o horário de funcionamento do zoológico. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram o momento em que Gerson escala rapidamente uma parede de mais de 6 metros, supera as grades de segurança, utiliza uma árvore como apoio e acessa o espaço da leoa. Imediatamente após a invasão, ele foi atacado pelo animal.
A Prefeitura de João Pessoa emitiu nota manifestando solidariedade à família e informando que o parque segue normas técnicas e de segurança. As autoridades, incluindo a Polícia Militar e o Instituto de Polícia Científica (IPC), foram acionadas ao local. O zoológico foi fechado após o ocorrido e as visitas estão suspensas, sem previsão de reabertura.
A leoa envolvida no ataque, chamada Leona, que tem 19 anos e nasceu no próprio zoológico, não será sacrificada. De acordo com a direção da Bica, ela passou por um nível elevado de estresse e está recebendo cuidados da equipe técnica.



