Professora morta pelo ex-companheiro é enterrada sob forte comoção na Paraíba
Foi sepultado o corpo da professora Lídia Fabrícia Gonçalves, de 37 anos, vítima de feminicídio cometido pelo ex-marido, identificado como Osiris Vieira, de 42 anos
A cidade de Natuba, no interior da Paraíba, viveu um dia de profunda comoção nesta quinta-feira (6). Foi sepultado o corpo da professora Lídia Fabrícia Gonçalves, de 37 anos, vítima de feminicídio cometido pelo ex-marido, identificado como Osiris Vieira, de 42 anos, que foi encontrado morto horas depois em uma pousada em Pernambuco.
De acordo com informações colhidas pela reportagem, Lídia foi assassinada dentro da própria casa, após ter sido chamada pelo ex-companheiro sob o pretexto de uma conversa. Após o crime, Osiris fugiu e acabou cometendo suicídio em um município próximo, já no estado vizinho. O casal havia se separado há pouco mais de um ano e tinha um filho de 9 anos, que agora fica órfão de pai e mãe.
Durante o velório, familiares, amigos e alunos prestaram homenagens emocionadas à professora, que era muito conhecida e querida na cidade. O cortejo fúnebre mobilizou a população, e comércios locais fecharam as portas em sinal de luto. Balões brancos, cânticos e orações marcaram o último adeus.
Em entrevista, amigas de Lídia destacaram as qualidades da professora e relataram os momentos difíceis que ela vinha enfrentando.
“Falar de lembranças com Lídia é falar de alegria. Era uma mulher determinada, cheia de força e energia contagiante”, contou Suzi, colega de trabalho.
Outra amiga, Maria de Fátima, relatou que a professora vinha sendo perseguida e ameaçada pelo ex-marido desde o fim do relacionamento.
“Ela dizia que não aguentava mais o sofrimento. Ele mandava mensagens o tempo todo. A gente dizia para ela trocar de número, mas ela tinha medo”, revelou.
A irmã do suspeito também lamentou a tragédia e afirmou que a família não tinha conhecimento das intenções de Osiris.
“Sempre foi uma pessoa calada. A gente aconselhava, mas ele nunca escutava. Foi tudo premeditado, e não tínhamos como imaginar que ele faria algo assim”, disse.
Denuncie
Se você sofre ou presenciou algum tipo de violência contra as mulheres, denuncie. Em caso de emergência, a mulher ou alguém que presencie alguma agressão, pode pedir ajuda por meio do telefone 190, da Polícia Militar.
Na Paraíba, as denúncias podem ser feitas também em qualquer uma das Delegacias da Mulher (Deam) espalhadas em todas as regiões, além do plantão 24 horas na Deam Sul de João Pessoa, que funciona na Central de Polícia.
Além desses locais, o denunciante poderá utilizar os telefones 197 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar, para chamado de urgência) ou o 180 (número nacional de denúncia contra violência doméstica). Outra opção é fazer um registro da denúncia através da delegacia online no endereço: www.delegaciaonline.pb.gov.br



