Reconstituição do assassinato de Célia e Nelson Honorato é realizada em Sapé
A reconstituição do crime foi necessária para esclarecer as discrepâncias sobre a participação de cada acusado no assassinato dentro da casa
A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (6), a reconstituição do assassinato do casal Célia e Nelson Honorato, em Sapé, que teria como mandante um falso corretor de imóveis. Três dos quatro acusados de participação no crime, Nicolas Jefferson, Severino dos Ramos e Ailton Emanuel, participaram da ação, enquanto Renan Caique, o quarto envolvido, não esteve presente.
Segundo a polícia, Nicolas Jefferson, de 19 anos, é suspeito de executar a morte dos idosos, e Severino, é acusado de aplicar um golpe “mata-leão” em Célia Honorato para permitir que outros suspeitos concretizassem o assassinato. Já Ailton Emanuel é apontado como o mandante do crime.
De acordo com o delegado Márcio Pereira, os acusados são obrigados a comparecer ao local da reconstituição, mas não a participar ativamente dela. Por isso, apenas Severino e Nicolas deram suas versões na residência do casal, enquanto Ailton permaneceu em silêncio, se recusando a falar. Renan Caique não participou da reconstituição, pois esteve envolvido em outra fase do crime, a tentativa de homicídio contra o filho das vítimas.
A reconstituição do crime, ainda conforme o delegado, foi necessária para esclarecer as discrepâncias sobre a participação de cada acusado no assassinato dentro da casa. A simulação foi realizada exclusivamente no local dos homicídios, a fim de detalhar a dinâmica dos fatos e identificar o papel de cada um dos suspeitos. Os acusados foram ouvidos separadamente, a fim de evitar que suas versões sejam influenciadas pelos relatos dos outros. Esse procedimento é fundamental para garantir a precisão das declarações e a apuração completa do caso.
Preliminarmente, Márcio Pereira declarou que a reconstituição dos fatos confirmou as informações já apuradas pela Polícia Civil, e as versões dos acusados até o momento estão compatíveis. O próximo passo é a conclusão do laudo pericial, elaborado pela equipe de perícia da polícia, que confrontará as declarações dos suspeitos com os vestígios encontrados na cena do crime. O objetivo é identificar quais relatos se aproximam mais da verdade e esclarecer de forma definitiva a dinâmica dos homicídios.
"A perícia é apenas mais um complemento tendo em vista que é um crime de grande repercussão, um crime doloso contra a vida e que é importante em face do tribunal do júri. A Polícia Civil já concluiu o seu trabalho", destacou o delegado Márcio Pereira.
No local do crime, moradores e vizinhos das vítimas se agruparam em protesto, exigindo justiça e manifestando indignação diante do ocorrido. A tensão na área foi controlada por forças de segurança, incluindo equipes da Polícia Militar e da Polícia Penal, que foram acionadas para garantir a ordem durante a simulação dos acontecimentos.
O delegado Márcio Pereira também afirmou que Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o duplo homicídio. O caso foi encaminhado ao Ministério Público da Paraíba, que já ofereceu denúncia contra os quatro suspeitos presos.
Após a reconstituição, os presos retornaram aos presídios onde estão detidos e permanecem à disposição da Justiça.
O crime
De acordo com Polícia Civil, Célia e Nelson Honorato foram assassinados no dia 18 de agosto, após desaparecerem naquela data. O delegado Márcio Pereira informou que, após o crime, Ailton e Nicolas Jefferson transportaram os corpos do casal para uma área de mata, onde os enterraram, envoltos em cobertores. A motivação do assassinato seria o desejo de Ailton de ficar com a casa dos idosos. O casal estava em processo de vender o imóvel e se mudar para João Pessoa, e Ailton, que se apresentava como corretor de imóveis, havia conquistado a confiança dos idosos durante a negociação.



