Médicos denunciam falta de pagamento e alertam para paralisação no Hospital Regional de Guarabira
Profissionais afirmam que estão cinco meses sem salário
Médicos do Hospital Regional de Guarabira, administrado pela Fundação PB Saúde, estão há cinco meses sem receber salários, segundo denúncia encaminhada ao Sindicato dos Médicos da Paraíba (SIMED-PB). A ausência de pagamento e a falta de um posicionamento oficial sobre a regularização têm levado profissionais a se afastarem dos plantões, elevando o risco de desassistência à população.
A situação foi revelada em uma carta assinada por um médico do hospital, que comunicou seu afastamento por não ter condições financeiras e emocionais de manter os plantões. “Tenho me esforçado ao máximo para manter o compromisso com o serviço, mas trabalhar arcando com custos, sem qualquer previsão, tornou-se inviável. E o mais preocupante é que não temos qualquer posicionamento oficial ou perspectiva concreta da PB Saúde sobre quando a situação será normalizada”, afirmou o profissional.
O presidente do SIMED-PB, Dr. Tarcísio Campos, ressaltou que muitos médicos que prestam serviços à Fundação PB Saúde são contratados como pessoa jurídica (PJ), o que deixa a categoria vulnerável a atrasos de pagamento. “Infelizmente, o caminho da pejotização, aliado à grande oferta de mão de obra, vem trazendo um grande prejuízo à nossa categoria”, alertou. De acordo com o sindicato, cerca de 70% dos médicos do hospital são PJ.
O SIMED-PB pede que a PB Saúde adote providências imediatas para evitar o colapso do hospital. A categoria também solicita intervenção urgente da Secretaria de Estado da Saúde (SES) e do Governo da Paraíba para solucionar o impasse antes que os serviços de urgência e emergência sejam afetados.
Em nota enviada ao Portal T5 na quinta-feira (23), a PB Saúde afirmou que "não há irregularidades nos pagamentos realizados aos profissionais e prestadores de serviço que atuam no Hospital Regional de Guarabira Antônio Paulino Filho".
Segundo o comunicado, os colaboradores vinculados diretamente à fundação recebem seus vencimentos dentro do próprio mês de trabalho, "de forma rigorosa e em conformidade com o cronograma financeiro da instituição".
Ainda de acordo com a PB Saúde, "parte dos serviços prestados na unidade ocorre por meio de empresas terceirizadas, contratadas para a execução de atividades específicas. Nesses casos, os pagamentos seguem o trâmite contratual regular, que prevê prazo de até 60 dias após a emissão da nota fiscal", acrescentando que eventuais situações de atraso no pagamento de prestadores terceirizados "decorrem de inconsistências na documentação enviada por essas empresas, o que pode ocasionar ajustes administrativos antes da liberação dos valores".



