Pesquisa da UFPB identifica nova espécie de cupim nativa da Caatinga
Triclavitermes catoleensis foi descrito a partir de espécimes coletados em Catolé do Rocha
Pesquisadores do Laboratório de Termitologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) descobriram uma nova espécie de cupim, batizada de Triclavitermes catoleensis, identificada a partir de exemplares coletados em Catolé do Rocha, no Sertão paraibano, que se tornou a localidade-tipo da espécie. As coletas ocorreram em expedições realizadas também nos estados de Pernambuco, Piauí, Ceará e Bahia, ao longo de mais de 30 anos de estudos.
O novo cupim é nativo da Caatinga e desempenha um papel ecológico essencial no bioma, alimentando-se de detritos vegetais em decomposição e contribuindo para a fertilidade do solo, o que favorece o crescimento das plantas e a manutenção dos ecossistemas. Diferente das espécies urbanas, o Triclavitermes catoleensis não apresenta risco de infestação em áreas residenciais ou comerciais.
Segundo o professor Alexandre Vasconcellos, do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB, a descoberta preenche lacunas no conhecimento científico sobre a fauna do semiárido nordestino e destaca a importância dos fragmentos de mata da Caatinga para a pesquisa e conservação. “Com estudos como este, é possível aumentar o número de espécies conhecidas e mapear melhor nossa biodiversidade, que ainda é insuficientemente estudada”, afirmou.
O material coletado foi incorporado à Coleção de Térmitas da UFPB, onde permanece preservado para futuras análises. A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq) e teve a participação dos pesquisadores Renan Rodrigues Ferreira, Antonio Carvalho, Emanuelly Félix de Lucena e Rozzanna Esther Cavalcanti Reis de Figueiredo.
Vasconcellos destacou ainda a importância da pesquisa de base e da taxonomia para o avanço científico e a conservação ambiental. “Descrever uma nova espécie não é apenas registrar um nome, mas compreender e valorizar a biodiversidade que sustenta a vida no planeta”, completou.



