Polo Turístico Cabo Branco deve ampliar hospedagem e gerar demanda para fornecedores
O projeto prevê hotéis, resorts, parque aquático, parque temático, além de espaços comerciais e de serviços
As obras do Polo Turístico Cabo Branco, em João Pessoa, avançam e devem impactar diferentes setores da economia paraibana. O projeto prevê hotéis, resorts, parque aquático, parque temático, além de espaços comerciais e de serviços.
Com a conclusão, a Paraíba deve praticamente dobrar sua capacidade de hospedagem, alcançando cerca de 30 mil leitos. Dez empreendimentos já estão contratados, com investimentos que ultrapassam R$ 2,8 bilhões. Na fase de construção, a estimativa é de cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos.
Efeitos sobre a cadeia produtiva
O presidente da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), Rômulo Polari, destaca que a demanda crescente pressiona o fornecimento de materiais e insumos. Segundo ele, fábricas de blocos e outros setores já começam a sentir os efeitos. “Estamos falando de quase 14 mil leitos em construção, o que naturalmente aumenta a procura por fornecedores locais”, afirmou.
A avaliação é que empresas regionais poderão ampliar participação no mercado se conseguirem atender critérios de qualidade, regularidade e escala, exigidos pelo setor hoteleiro.
Artesanato e identidade cultural
O Polo também deve absorver produtos da cultura local. A Paraíba possui cerca de três mil rendeiras, núcleos de cerâmica em comunidades quilombolas e uma tradição de artigos em couro. Em Cabaceiras, por exemplo, aproximadamente 400 pessoas estão envolvidas na produção de artefatos de couro com técnicas de baixo impacto ambiental.
A gestora do Programa do Artesanato Paraibano, Marielza Rodriguez, aponta que políticas de capacitação têm preparado artesãos para atender à demanda. “O objetivo é qualificar, precificar corretamente e agregar valor ao produto. Muitos desses itens devem ser incorporados à decoração e comercialização dentro dos empreendimentos”, explicou.
Indústria e mão de obra
O setor moveleiro e de outros insumos industriais também é apontado como estratégico. Fábricas locais que já atendem redes de hotéis em outras regiões do país destacam que a proximidade logística pode reduzir custos e prazos de entrega. Além disso, algumas iniciativas incluem formação de mão de obra por meio de parcerias com centros de capacitação profissional, o que pode favorecer a absorção de jovens no mercado de trabalho.
A expectativa é que o fortalecimento de fornecedores locais gere impacto positivo em diferentes segmentos da economia estadual. O início das operações turísticas do Polo está previsto para o verão de 2026, com inaugurações escalonadas até 2029, segundo a Cinep.



