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Uso da inteligência artificial para aconselhamento emocional preocupa especialistas

Psicólogo alerta para riscos do uso de IA como substituto de terapia

Por Redação T5 Publicado em
A inteligência artificial tem impactado o mercado de trabalho (Imagem: BOY ANTHONY | Shutterstock)
Especialista destaca importância do contato humano no cuidado com a saúde mental

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma em cada seis pessoas enfrenta solidão em todo o mundo. Entre jovens de 13 a 29 anos, esse índice sobe para 21%, o que tem preocupado profissionais de saúde mental, especialmente diante do aumento do uso de inteligências artificiais para fins de aconselhamento psicológico.

O psicólogo Felipe Carvalho explica que, num primeiro momento, o uso de ferramentas como o ChatGPT pode gerar a impressão de alívio emocional. “As pessoas sentem um certo benefício inicial, porque colocam para fora as emoções e têm uma escuta - entre aspas - da inteligência artificial. Mas isso é apenas momentâneo”, afirmou. Segundo ele, com o passar do tempo, esse tipo de prática pode trazer consequências sérias, já que a IA tende a “querer agradar o usuário”, oferecendo respostas que não refletem de forma fiel as causas emocionais envolvidas.

Felipe destaca que, a longo prazo, o uso da IA como apoio psicológico é danoso e perigoso. “A inteligência artificial não compreende as nuances da mente humana. Ela não percebe o olhar, a pausa, a respiração, as expressões faciais. Tudo isso é fundamental no processo terapêutico”, explicou.

O psicólogo também alerta para os riscos ampliados entre crianças e adolescentes, que estão em processo de formação da personalidade e passam grande parte do tempo em ambientes digitais. “Muitos pais, por trabalharem muito, acabam não conseguindo dar a atenção necessária. E esses jovens buscam no mundo digital a proximidade humana que o robô não é capaz de oferecer”, observou.

Diante desse cenário, Felipe Carvalho reforça que o único caminho seguro é buscar profissionais qualificados. “Não existe máquina, robô ou IA que substitua o vínculo terapêutico. O contato humano é insubstituível. A psicologia é subjetiva e cada pessoa é única. O olhar, a presença, o gesto - nada disso pode ser reproduzido por uma inteligência artificial”, concluiu.



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