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Maioria da população de João Pessoa leva até 30 minutos para chegar ao trabalho, aponta IBGE

Pesquisa aponta que mais de 160 mil paraibanos se deslocam para trabalhar em outro município

Por Redação T5 Publicado em
Acidente havan transito lento
Ônibus é o transporte mais demorado em João Pessoa (Foto: Reprodução/Semob-JP)

Em 2022, cerca de 160,1 mil pessoas residentes na Paraíba exerciam atividades laborais em município diferente daquele em que moram, o que representa 11,5% da população ocupada do estado, segundo dados do Censo Demográfico 2022: Deslocamentos para trabalho e estudo, divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (9). A proporção paraibana está acima das médias nacional (10,5%) e regional (10,2%), ocupando o 8º lugar no país e o 4º no Nordeste, atrás apenas de Sergipe, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Entre os trabalhadores que se deslocavam para outro município, os homens eram maioria, representando 66,6% do total, enquanto as mulheres correspondiam a 33,4%. A pesquisa mostrou que 76,4% retornavam para casa três dias ou mais na semana, acima da média nordestina (75,1%) mas abaixo da brasileira (85,7%).

O estudo também aponta que, na Paraíba, 75,9% dos trabalhadores gastam até meia hora no trajeto diário para o trabalho, percentual superior à média nacional (66,5%) e regional (69,7%). Entre os municípios, Joca Claudino (95,4%), Quixaba (93,9%) e Frei Martinho (93,5%) registraram os maiores percentuais de deslocamento rápido, enquanto João Pessoa apresentou 67,1% e Campina Grande 78,9%.

O levantamento revelou ainda que a motocicleta é o meio de transporte mais utilizado pelos paraibanos, com 30,2% dos trabalhadores, seguida do automóvel (24,9%), trajeto a pé (21%) e ônibus (13,7%). Em João Pessoa, o transporte público, especialmente os ônibus, é responsável por um tempo de deslocamento mais longo.

No terminal do Parque da Lagoa, que atende mais de 120 mil passageiros por dia, os relatos de quem depende do ônibus refletem os números do IBGE. Maria de Fátima, que chegou ao terminal às 6h10 e pega seu ônibus das 6h20, relatou: “Demora quase uma hora pra gente chegar no trabalho. A gente não pega o primeiro ônibus, nem o segundo, só o terceiro, pra conseguir viajar um pouco mais confortável, sentada. Em pé, uma hora não dá, ainda mais depois de um dia inteiro de trabalho.”

Outra passageira contou sobre a dificuldade de embarque: “A gente pega o mesmo ônibus todos os dias, e é empurra-empurra para entrar. Teve até briga semana passada entre duas mulheres dentro do ônibus, uma andando voadora na outra. Sentar é quase um luxo.”

João Vittor, estagiário que depende do transporte público, também comentou: “Levo em torno de 40 minutos para chegar ao trabalho. Às vezes atrasa 15 minutos, e é complicado, porque todos os dias é esse ritmo, de segunda a sexta. Ainda ajuda nas despesas de casa, mas é puxado.”

Segundo especialistas e moradores, a situação se agrava com engarrafamentos, obras e mudanças de rota na cidade, exigindo paciência e saídas mais cedo de casa. A pesquisa do IBGE confirma o impacto do transporte no cotidiano da população e na organização da rotina de milhares de trabalhadores da capital.



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