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Tecnologia paraibana contra metanol em bebidas entra na fase de ensaio para produção em escala

O método inovador permite identificar adulterações mesmo em garrafas lacradas, de forma rápida, precisa e sem uso de reagentes químicos

Por Carlos Rocha Publicado em
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Tecnologia paraibana contra metanol em bebidas entra na fase de ensaio para produção em escala

Uma tecnologia desenvolvida pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) para detectar metanol em bebidas destiladas está avançando para a etapa de ensaios científicos com amostras reais, com previsão de início em 13 de outubro. O método inovador permite identificar adulterações mesmo em garrafas lacradas, de forma rápida, precisa e sem uso de reagentes químicos.

De acordo com o pesquisador David Douglas Sousa Fernandes, o sistema utiliza radiação infravermelha para identificar alterações na composição das bebidas. Os dados são processados por um software que indica se há substâncias adulterantes, como metanol, água adicionada ou até etanol veicular. O índice de precisão chega a 97%.

O estudo começou em 2023, no Laboratório de Química Analítica e Quimiometria, inicialmente voltado para a análise da qualidade da cachaça produzida na Paraíba. Com o aumento dos casos de intoxicação por metanol no Brasil, o projeto foi adaptado para incluir a detecção da substância e ganhou repercussão nacional.

Além da tecnologia baseada na luz infravermelha, os pesquisadores também estão desenvolvendo um canudo sustentável de baixo custo, que muda de cor ao entrar em contato com o metanol. O dispositivo funciona de forma semelhante a um teste rápido e poderá ser usado por bares, restaurantes, distribuidores e órgãos de fiscalização.

Os canudos estão sendo produzidos na Fundação Parque Tecnológico de Campina Grande, com a colaboração de pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e apoio financeiro da Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (FAPESQ). O projeto já recebeu R$ 1 milhão em investimentos para a construção do Laboratório de Tecnologia da Cachaça e Aguardente, em Campina Grande.

O avanço chamou a atenção do Ministério da Saúde, que estuda a possibilidade de transformar a tecnologia em política pública nacional. Em reunião com a reitora da UEPB, professora Célia Regina Diniz, o ministro Alexandre Padilha e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, manifestaram interesse em apoiar a iniciativa.

Segundo a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa, professora Nadja Oliveira, o próximo desafio é garantir recursos para produção em escala. “Nós precisamos agora de recursos para escalonar a tecnologia, ampliar a equipe e fazer com que os dispositivos de baixo custo cheguem a todo o Brasil”, destacou.



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