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Caprinocultura no Cariri Paraibano gera R$ 16,2 milhões em 2024

Atualmente, a Paraíba figura como líder nacional na produção de leite de cabra

Por Redação T5 Publicado em
Caprinocultura
A criação de cabras está espalhada pelos 223 municípios paraibanos (Foto: Leandro Santos e Ascom Sebrae)

A caprinocultura no Cariri paraibano registrou um crescimento expressivo nos últimos anos. Em 2024, a produção de leite na região gerou R$ 16,2 milhões, impulsionada pelo Programa do Leite do Governo do Estado, um crescimento significativo em relação aos R$ 7,6 milhões contabilizados em 2017.

Atualmente, a Paraíba figura como líder nacional na produção de leite de cabra, com média anual de 5,6 milhões de litros, segundo IBGE. O cariri conta com sete usinas de beneficiamento de leite caprino, sendo seis criadas por associações e cooperativas em cidades como Zabelê, Monteiro, Prata e Amparo, além de uma usina privada em Sumé.

A criação de cabras está espalhada pelos 223 municípios paraibanos, estando presente em mais de 78 mil propriedades rurais. Com menor impacto ambiental que a bovinocultura e adaptada ao clima seco, a atividade gera renda, fortalece a agricultura familiar e impulsiona a economia circular no interior do estado.

De acordo com o IBGE, em 2005, havia pouco mais de 657 mil caprinos e 411 mil ovinos, enquanto em 2024 os dois rebanhos atingiram patamares similares, em torno de 849 mil e 842 mil cabeças, respectivamente. O número coloca a Paraíba na 5ª colocação nacional em relação ao rebanho caprino. Monteiro ocupa posição de liderança (40,1 mil cabeças), seguido de Sumé (31,6 mil), São João do Tigre (30,4 mil) e Serra Branca (30,1 mil).

Um dos exemplos é a cooperativa Capribov, em Cabaceiras. Ela é a primeira marca paraibana a distribuir iogurtes de leite caprino em escolas públicas, integrando nutrição, educação e geração de renda. A cooperativa processa cerca de 5.300 litros de leite por dia, dos quais 4.800 vão direto para o Programa Leite da Paraíba. São 700 pessoas envolvidas diretamente na produção, com renda média mensal de R$ 2,9 mil por cooperado.

Dados da Secretaria de Estado da Educação apontam que, na 5ª Gerência Regional de Educação, que compreende os municípios do Cariri paraibano, atualmente 21 escolas da rede estadual de ensino oferecem iogurte caprino na merenda escolar, 22 ofertam o queijo caprino e 14 unidades de ensino integral têm a carne caprina inserida na alimentação dos alunos. O número de escolas ofertando o queijo caprino, por exemplo, saiu de cinco, em 2024, para 22 em 2025.

Em Prata, cidade conhecida como “Capital da Cabra Leiteira”, o produtor Erivaldo Ferreira Vieira, conhecido por Fita, virou referência nacional. Ele iniciou a atividade ao trocar uma moto por seis cabras. Hoje, seu rebanho de 30 animais da raça Saanen, algumas valendo até R$ 150 mil, rende R$ 3.600/mês com apenas oito em lactação. O Capril Fita conquistou dez premiações este ano somente na 11ª Expoprata, entre elas o título de grande campeã do futuro com a cabrita Josielly, e grande campeão do futuro, com Hércules.

Em Cabaceiras, a cooperativa Arteza transforma couro caprino e bovino em arte e renda. Com produção mensal de sete mil pares de sandálias, mil bolsas, chapéus, bonés, chaveiros e bijuterias, a movimentação financeira é de cerca de R$ 2 milhões por ano e alcança até R$ 15 milhões quando considerados os rendimentos informais, segundo o diretor Lucas Castro.



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