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Antes que Aconteça

Na Paraíba, Ministério Público passa a integrar rede nacional contra feminicídio

A assinatura do termo de adesão será às 15h, no auditório Edigardo Ferreira Soares, na sede do órgão em João Pessoa

Por Redação T5 Publicado em
João Pessoa promove Fórum de Combate à Violência contra as Mulheres
Na Paraíba, Ministério Público passa a integrar rede nacional contra feminicídio (Foto: Agência Brasil)

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai aderir, nesta quinta-feira (11), ao programa Antes que Aconteça, que busca prevenir e enfrentar a violência contra a mulher. A assinatura do termo de adesão será às 15h, no auditório Edigardo Ferreira Soares, na sede do órgão em João Pessoa.

A cerimônia terá a participação do procurador-geral de Justiça, Leonardo Quintans, da senadora Daniella Ribeiro, que criou o programa, e da coordenadora estadual, Camila Mariz Ribeiro.

Segundo Quintans, o MPPB já tem trabalhado em ações de defesa da mulher, mas a adesão ao programa deve ampliar os resultados. “O Ministério Público da Paraíba já trata esse tema como prioridade. Agora, com o programa, reforçamos esse compromisso com iniciativas de prevenção, acolhimento e apoio às vítimas”, afirmou.

Recentemente, foi criado o Centro de Apoio Operacional da Mulher, que atua de forma específica no combate à violência de gênero.

A senadora Daniella Ribeiro lembrou que o programa já implantou duas Salas Lilás, em João Pessoa e Campina Grande, e também uma casa de acolhimento na Rainha da Borborema. Outras unidades estão previstas para os próximos meses. “Os índices de violência contra a mulher no Brasil são alarmantes. Precisamos unir forças para mudar essa realidade com políticas de educação, assistência e geração de renda”, destacou.

Números na Paraíba

De janeiro a julho deste ano, 20 mulheres foram assassinadas na Paraíba por serem mulheres, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Esse é o segundo maior número para o período nos últimos dez anos.

No país, dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que uma mulher é vítima de feminicídio a cada quatro horas. Em 2024, foram 1.492 casos registrados.

As estatísticas apontam que a maioria das vítimas é negra (64%), tem entre 18 e 44 anos (70%), é morta dentro de casa (64%), e geralmente pelo companheiro ou ex-companheiro (80%), muitas vezes com o uso de facas ou outros objetos cortantes (48%).

Para a promotora Adriana França, presidente da Associação Paraibana do Ministério Público, o maior desafio é agir antes da violência chegar ao ponto extremo. “Durante muito tempo, o foco foi punir o crime já cometido. Agora, precisamos investir na prevenção, porque prevenir é salvar vidas”, disse.

A promotora Anita Bethânia Silva da Rocha, ouvidora da Mulher do MPPB, destacou que o programa vai ajudar a ampliar o acesso à justiça, qualificar profissionais e unir diferentes instituições para fortalecer a rede de proteção.

O Antes que Aconteça começou em 2023 e tem a Paraíba como estado pioneiro. Além das salas lilás e da casa de acolhimento, já foram promovidas ações de capacitação em salões de beleza para que profissionais possam identificar sinais de agressão.

Outra medida simbólica foi a instalação do Banco Vermelho, em João Pessoa, como parte de uma campanha internacional de alerta contra o feminicídio.



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