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Cavalo morre ao quebrar pescoço em queda durante vaquejada na Paraíba

As imagens do acidente, consideradas fortes, circularam rapidamente nas redes sociais e provocaram comoção

Por Carlos Rocha Publicado em
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Cavalo morre ao quebrar pescoço em queda durante vaquejada na Paraíba

Uma tragédia marcou a quarta edição de uma vaquejada realizada em Cajazeirinhas, no sertão da Paraíba, no último fim de semana. Um cavalo morreu após quebrar o pescoço durante a competição, que estava sendo transmitida ao vivo.

De acordo com relatos, o animal tropeçou na areia do parque antes de alcançar a faixa final e acabou caindo sobre o próprio corpo. O impacto foi fatal. O vaqueiro, que participava da disputa, sofreu ferimentos leves e passa bem.

As imagens do acidente, consideradas fortes, circularam rapidamente nas redes sociais e provocaram comoção entre participantes e internautas.

Debate no STF

O episódio ocorre em meio à discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulamentação da vaquejada como prática esportiva e manifestação cultural. O julgamento foi interrompido após pedido do ministro Gilmar Mendes e deve ser retomado em sessão presencial, em data ainda não definida.

Até o momento, não há maioria formada entre os ministros. O relator, Dias Toffoli, votou pela validade da Emenda Constitucional 96/2017, que reconhece práticas esportivas com animais como patrimônio cultural, desde que regulamentadas por lei. Já o ministro Flávio Dino defendeu cautela e criticou a ausência de uma lei específica de proteção animal, enquanto Cristiano Zanin apontou a necessidade de regras mínimas de bem-estar, como acesso a água, assistência veterinária e uso de protetores de cauda.

Posições em disputa

Entre os pontos favoráveis à regulamentação estão:

  • Reconhecimento da vaquejada como tradição cultural do Nordeste;
  • Geração de empregos e movimentação da economia local;
  • Profissionalização dos vaqueiros, equiparados a atletas.

Já os críticos ressaltam:

  • O sofrimento animal envolvido na prática, com risco de lesões graves;
  • A transformação da atividade em megaevento comercial, com patrocínios e bilheteria;
  • A possibilidade de enquadramento em crimes ambientais, caso normas de bem-estar não sejam cumpridas.

Tradição e polêmica

A vaquejada remonta ao século 16, quando vaqueiros capturavam o gado solto no sertão nordestino. Com o tempo, a prática evoluiu para competições organizadas e grandes festas, movimentando a cultura e a economia de várias cidades.

Em 2016, o STF considerou a vaquejada inconstitucional por entender que causava crueldade animal. No entanto, no ano seguinte, o Congresso aprovou a Emenda Constitucional 96/2017, que garantiu a continuidade da prática sob condições de regulamentação.

Enquanto o julgamento no STF não é concluído, casos como o de Cajazirinhas reforçam a polarização do debate entre manutenção da tradição cultural e a necessidade de garantir o bem-estar animal.



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