Preamar inicia diagnóstico do litoral da Paraíba com tecnologia de ponta
Programa mapeia 133 km de costa com equipamentos importados e drones para orientar ações contra erosão
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O Programa Estratégico de Estruturas Artificiais Marinhas (Preamar) iniciou um amplo diagnóstico do litoral da Paraíba, que vai mapear os 133 quilômetros da faixa costeira do estado. A iniciativa utiliza equipamentos de alta tecnologia, como ADCPs e drones de última geração, para compreender a dinâmica das praias e subsidiar futuras intervenções de proteção ambiental.
O levantamento inclui análises geomorfológicas e estudos sobre o transporte de sedimentos, o impacto das ondas e a velocidade das correntes marítimas. Entre os equipamentos empregados estão os ADCPs (Acoustic Doppler Current Profiler), importados da Noruega, que medem correntes, altura e direção das ondas. Os primeiros testes foram realizados nesta semana a partir do Terminal Pesqueiro de Cabedelo, com instalação prevista em áreas críticas como Camboinha e Bessa.
Além das medições no mar, os trabalhos contam com aerolevantamentos com drones Matrice 350 RTK, equipados com sensor a laser de alta frequência, capazes de criar mapas tridimensionais da superfície das praias. O processo já foi iniciado no Bessa, onde a erosão costeira é visível.
Segundo a coordenação do Preamar, os dados coletados vão permitir compreender o grau de vulnerabilidade do litoral paraibano e orientar medidas eficazes de contenção da erosão. A equipe técnica é formada por pesquisadores, mergulhadores e especialistas em oceanografia, geomorfologia e geoprocessamento.
De acordo com o professor Cláudio Dybas, coordenador do Preamar, o estudo é indispensável para qualquer intervenção futura: “Se a gente vai prever uma intervenção, é preciso entender como o sistema costeiro, que é integrado, se comporta. Esse levantamento vai fundamentar soluções aplicáveis ao litoral paraibano”.
O trabalho é resultado de seis meses de preparação, que envolveram a importação de equipamentos, capacitação das equipes e definição dos modelos mais adequados à realidade local. Para a geógrafa Larissa Lavor, coordenadora do Meio Físico do Preamar, os impactos da erosão afetam não apenas o ambiente, mas também a economia de comunidades ligadas ao turismo e à pesca.
O diretor de Operações da Cinep, Henrique Candeia, destacou a importância do estudo: “Os diagnósticos e análises em toda a faixa litorânea são essenciais para compreender a realidade com base científica e garantir maior assertividade no uso dos recursos públicos”.
