Padre paraibano presta depoimento e nega intolerância religiosa em caso envolvendo Preta Gil
A informação foi confirmada pela delegada Socorro Silva, responsável pelo inquérito
O padre Danilo César, de 31 anos, denunciado por intolerância religiosa após comentários feitos durante uma missa sobre a morte da cantora Preta Gil, prestou depoimento à polícia na quinta-feira (21) e negou as acusações. A informação foi confirmada pela delegada Socorro Silva, responsável pelo inquérito.
Segundo a delegada, o sacerdote afirmou que proferia a fé católica aos fiéis presentes e não teve intenção de desrespeitar outras religiões ou a memória da cantora.
O inquérito ainda está em andamento e deve ouvir mais três pessoas que registraram boletim de ocorrência em Puxinanã. Após esses depoimentos, a delegada avaliará se solicita mais tempo para encerrar as investigações, dentro do prazo de 30 dias, podendo decidir pelo indiciamento do padre.
O episódio ocorreu durante a homilia do 17º Domingo do Tempo Comum, no dia 27 de julho, na Igreja de Areial. Na ocasião, o padre citou a fé de Preta Gil em religiões de matriz afro-indígena, questionando a atuação dos orixás, e orientou fiéis a não recorrerem a “coisas ocultas”.
As declarações geraram repercussão e foram consideradas preconceituosas pela Associação Cultural de Umbanda, Candomblé e Jurema Mãe Anália Maria, que registrou boletim de ocorrência contra o sacerdote. Outros dois boletins foram feitos pelo mesmo motivo.
Além disso, o cantor Gilberto Gil, pai de Preta Gil, notificou extrajudicialmente o padre, exigindo retratação pública e responsabilização eclesiástica dentro de dez dias úteis. A Diocese de Campina Grande, responsável pela paróquia, afirmou anteriormente que o sacerdote prestaria todos os esclarecimentos necessários, mas ainda não se posicionou sobre os pedidos de retratação e punição.
