Hytalo Santos: Justiça da Paraíba bloqueia R$ 3,8 milhões por não pagamento de mansão
Influenciador está preso suspeito de tráfico humano e exploração sexual infantil
O Tribunal de Justiça da Paraíba autorizou o bloqueio de aproximadamente R$ 3,8 milhões do influenciador Hytalo Santos, pelo não pagamento de uma mansão em João Pessoa. Além do montante, também foram bloqueados o passaporte e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do paraibano. Hytalo está preso suspeito de exploração sexual infantil e tráfico humano.
De acordo com a decisão do juiz José Herbert Luna Lisboa, Hytalo Santos não pagou nenhuma parcela da mansão, que pertencia a um empresário paraibano e fica localizada no bairro do Portal do Sol, na capital. Com isso, houve a necessidade de bloqueio do valor acordado pela compra, além de uma multa de 20%.
Confira um trecho da decisão, obtida pelo Portal T5:
A prisão de Hytalo Santos
Hytalo Santos e o marido, Israel Natã, foram presos na sexta-feira (15), em uma casa em Carapicuíba (SP), e passaram por audiência de custódia no sábado (16), quando a prisão foi mantida. De acordo com o delegado Fernando David de Melo Gonçalves, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), havia indícios de que eles estariam em rota de fuga para fora do Brasil.
Com os suspeitos, a polícia apreendeu oito celulares e um veículo de luxo registrado na Paraíba. No local, estavam ainda oito pessoas, entre assessores e conhecidos, que foram ouvidas e liberadas.
As denúncias contra Hytalo Santos ganharam repercussão nacional após o youtuber Felca, que tem mais de 4 milhões de inscritos, acusá-lo de produzir conteúdos que promoviam a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais. O influenciador é alvo de duas ações do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em João Pessoa e Bayeux, além de uma investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que apura suspeitas de exploração de menores e trabalho infantil artístico irregular.
Segundo a Justiça da Paraíba, “há fortes indícios” de crimes como tráfico de pessoas, exploração sexual e até tentativa de destruição de provas. Entre as medidas já determinadas estão a suspensão das redes sociais de Hytalo, a desmonetização dos conteúdos já publicados, a proibição de contato com adolescentes citados nas investigações e a apreensão de celulares e computadores em endereços ligados ao influenciador.
O MPT já analisou mais de 50 vídeos e colheu ao menos 15 depoimentos de adolescentes que relataram aliciamento em troca de presentes e benefícios, além de festas com consumo de álcool em imóveis ligados ao influenciador.
Os advogados de Hytalo e Israel classificam a prisão como “genérica” e “ilegal” e reforçam que o influenciador “sempre se colocou à disposição da Justiça”. “Reafirmamos a inocência de Hytalo Santos, que jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes. Confiamos no devido processo legal e na sensatez do Poder Judiciário”, diz a nota da defesa.
O caso segue sendo investigado de forma conjunta pelo MPPB, MPT, Polícia Civil da Paraíba, Polícia Civil de São Paulo e Polícia Rodoviária Federal.



