Justiça barra ida de Hytalo Santos e marido para Tremembé e determina custódia em presídio na PB
Os advogados argumentaram que Tremembé seria uma unidade “mais adequada”, por concentrar presos de casos de grande repercussão, além de oferecer maior segurança diante da condição de homossexuais dos acusados
A Justiça de São Paulo rejeitou, nesta terça-feira (19), o pedido feito pela defesa de Hytalo Santos e de seu marido, Israel Vicente, para que o casal fosse transferido do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pinheiros para a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior do estado. A decisão do juiz Helio Narvaez determinou que os dois sejam enviados diretamente para uma unidade prisional da Paraíba, onde respondem a investigações por exploração sexual de crianças e adolescentes e tráfico humano.
Os advogados argumentaram que Tremembé seria uma unidade “mais adequada”, por concentrar presos de casos de grande repercussão, além de oferecer maior segurança diante da condição de homossexuais dos acusados. O magistrado, entretanto, entendeu que não havia motivo para alterar a rota da transferência, que deverá ocorrer o quanto antes.
Atualmente, Hytalo e Israel permanecem no CDP 1 de Pinheiros, onde foram levados após a prisão em Carapicuíba, na última sexta-feira (15). A unidade enfrenta superlotação, com quase 350 presos acima da capacidade.
Prisões e acusações
O casal foi detido após mandados expedidos pela Justiça paraibana, em investigações conduzidas pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Eles são apontados como responsáveis por produzir conteúdos que erotizavam e adultizavam adolescentes em festas e gravações feitas em uma mansão de Hytalo no estado.
De acordo com as apurações, há indícios de um esquema para facilitar a emancipação de menores em troca de presentes, como celulares, a fim de permitir que participassem de atividades contratuais e gravações.
Hytalo já prestou depoimento e nega todas as acusações.
Decisões recentes
No último sábado (16), a Justiça da Paraíba negou um pedido de liberdade ao casal. O juiz Antônio Rudimacy Firmino de Sousa, da 2ª Vara de Bayeux, reforçou que a transferência de São Paulo para o estado nordestino deve ocorrer sem demora.
A defesa classificou a prisão como “ilegal” e insiste que os clientes devem ter garantidas condições especiais de custódia.
Denúncias e ameaças
As prisões ocorreram após a divulgação de um vídeo de 50 minutos publicado pelo influenciador Felca (Felipe Bressanim Pereira). No material, ele detalhou como Hytalo e outros criadores de conteúdo estariam explorando menores em produções para as redes sociais.
Após a repercussão, Felca relatou ter recebido ameaças de morte. A Justiça paulista autorizou a quebra de sigilo de um e-mail que enviou mensagens contra ele. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a investigação só terá andamento com registro formal da vítima em delegacia.
As investigações do MP-PB seguem em duas frentes: uma em Bayeux, onde moradores denunciaram festas com adolescentes, e outra em João Pessoa, que apura a suposta rede de favorecimento para emancipação de menores. O relatório final deve ser concluído nos próximos dias.



