Hytalo Santos: após habeas corpus negado pela Justiça da Paraíba, defesa programa coletiva
Equipe de defesa em São Paulo deve falar com imprensa
A Justiça da Paraíba negou o pedido de habeas corpus protocolado no sábado (16) pela defesa do influenciador paraibano Hytalo Santos e do marido, Israel Natã Vicente. A decisão foi dada pela desembargadora Liliam Correio Cananéa. O casal permanece presos em São Paulo após decisão judicial que manteve a prisão preventiva. O caso corre em segredo de justiça.
A expectativa é que Hytalo seja transferido nos próximos dias para a Paraíba, onde tramitam parte das investigações. A defesa anunciou que fará uma manifestação nesta terça-feira (19), com a divulgação de uma nota e uma coletiva de imprensa, provavelmente no escritório na Avenida Paulista.
Relembre o caso:
O casal foi preso na sexta-feira (15), em uma casa em Carapicuíba (SP), e passou por audiência de custódia no sábado (16), quando a prisão foi mantida. De acordo com o delegado Fernando David de Melo Gonçalves, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), havia indícios de que eles estariam em rota de fuga para fora do Brasil.
Com os suspeitos, a polícia apreendeu oito celulares e um veículo de luxo registrado na Paraíba. No local, estavam ainda oito pessoas, entre assessores e conhecidos, que foram ouvidas e liberadas.
As denúncias contra Hytalo Santos ganharam repercussão nacional após o youtuber Felca, que tem mais de 4 milhões de inscritos, acusá-lo de produzir conteúdos que promoviam a adultização de crianças e adolescentes nas redes sociais. O influenciador é alvo de duas ações do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em João Pessoa e Bayeux, além de uma investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT), que apura suspeitas de exploração de menores e trabalho infantil artístico irregular.
Segundo a Justiça da Paraíba, “há fortes indícios” de crimes como tráfico de pessoas, exploração sexual e até tentativa de destruição de provas. Entre as medidas já determinadas estão a suspensão das redes sociais de Hytalo, a desmonetização dos conteúdos já publicados, a proibição de contato com adolescentes citados nas investigações e a apreensão de celulares e computadores em endereços ligados ao influenciador.
O MPT já analisou mais de 50 vídeos e colheu ao menos 15 depoimentos de adolescentes que relataram aliciamento em troca de presentes e benefícios, além de festas com consumo de álcool em imóveis ligados ao influenciador.
Os advogados de Hytalo e Israel classificam a prisão como “genérica” e “ilegal” e reforçam que o influenciador “sempre se colocou à disposição da Justiça”. “Reafirmamos a inocência de Hytalo Santos, que jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes. Confiamos no devido processo legal e na sensatez do Poder Judiciário”, diz a nota da defesa.
O caso segue sendo investigado de forma conjunta pelo MPPB, MPT, Polícia Civil da Paraíba, Polícia Civil de São Paulo e Polícia Rodoviária Federal.



