Plataformas de streaming faturam R$ 70 bilhões no Brasil, aponta Ancine
Ministério da Cultura e setor audiovisual discutem regulação e possíveis cenários de arrecadação da Condecine
O Ministério da Cultura e representantes do setor audiovisual se reuniram nesta quarta-feira (6) para discutir a regulamentação das plataformas de streaming no Brasil. Durante o encontro, a Agência Nacional do Cinema (Ancine) apresentou um estudo que estima em aproximadamente R$ 69,7 bilhões o faturamento anual do setor no país, incluindo plataformas como Netflix, YouTube, Disney+, Amazon Prime Video, TikTok, Instagram e Globoplay.
Com base nesse valor, a Ancine projetou o potencial de arrecadação da Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional). A depender da alíquota aplicada, a arrecadação poderia variar entre R$ 2,28 bilhões (3%), R$ 4,57 bilhões (6%) e até R$ 9,14 bilhões (12%). Para efeito de comparação, a Condecine-Teles, incidente sobre o setor de telecomunicações, arrecadou R$ 1,72 bilhão em 2024.
A metodologia utilizada no estudo foi elaborada a partir de dados agregados da Receita Federal, somados a informações públicas dos balanços financeiros das empresas e estudos de mercado. Segundo a agência, os parâmetros adotados estão “dentro de um intervalo metodologicamente justificável e coerente com a realidade do mercado”.
Entre as estimativas individuais, a Netflix aparece com receita de R$ 10,4 bilhões no Brasil. O YouTube é estimado em R$ 6,5 bilhões, o Disney+ em R$ 7 bilhões, o Amazon Prime Video em R$ 5,29 bilhões e o Globoplay, plataforma nacional, em R$ 4,8 bilhões. As estimativas consideram a fatia brasileira sobre a receita global de cada serviço, variando entre 3% e 15%, conforme o perfil de operação de cada empresa.
O estudo inclui, além das plataformas por assinatura (S-VoD), aquelas que operam com conteúdos gerados por usuários e monetização via anúncios, como TikTok, Instagram e o próprio YouTube, ampliando o conceito de streaming adotado na análise.



