Terezinha Domiciano detalha ações e metas da UFPB em entrevista ao Tambaú Debate; assista
A universidade oferece 129 cursos de graduação e 126 de pós-graduação, e dispõe de um orçamento aproximado de R$ 159 milhões para este ano
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) foi tema central da edição especial do programa Tambaú Debate, exibido na manhã do último sábado (12). Apresentada por Josival Pereira, a entrevista contou com a participação da reitora da UFPB, professora Terezinha Domiciano, que abordou a importância da instituição para o estado, seus projetos em andamento e os desafios enfrentados.
Com 70 anos de história prestes a serem completados em 2025, a UFPB reúne atualmente uma comunidade acadêmica de mais de 45 mil pessoas, entre 37 mil alunos, docentes e técnicos administrativos. A universidade oferece 129 cursos de graduação e 126 de pós-graduação, e dispõe de um orçamento aproximado de R$ 159 milhões para este ano.
Durante o programa, a reitora ressaltou o papel da UFPB na sociedade paraibana por meio de projetos de extensão universitária que atendem diretamente comunidades quilombolas, indígenas, rurais e urbanas. Segundo ela, essas ações buscam solucionar problemas práticos e promover o desenvolvimento sustentável, envolvendo a integração entre estudantes, professores e técnicos com os territórios.
Outro destaque foi o anúncio de um edital inédito de inovação, voltado a incentivar projetos que aprimorem a gestão pública, com soluções para desafios enfrentados tanto pelos órgãos públicos quanto pela própria universidade.
A UFPB também figura em rankings nacionais e internacionais que avaliam critérios como qualidade acadêmica, inovação, governança e impacto social. De acordo com a reitora, a instituição é uma das mais importantes do Nordeste e a principal da Paraíba, referência em áreas como engenharia, saúde, farmácia, arte, cultura e tecnologia.
A atual gestão tem investido em aproximar a produção científica da sociedade, tornando o conhecimento acessível a todos. “Queremos que o cidadão comum, de qualquer profissão ou escolaridade, possa entender e se sentir parte do que a UFPB produz”, afirmou Terezinha Domiciano.
Desafios administrativos e obras paradas
No segundo bloco da entrevista, a reitora abordou os principais desafios administrativos, destacando a existência de 35 obras paradas na universidade, algumas há mais de 14 anos. A UFPB é a federal com maior número de obras interrompidas no país, conforme relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Essas obras abrangem laboratórios, assistência estudantil, restaurantes universitários e moradias estudantis, distribuídas em todos os campi da instituição. Para enfrentar essa situação, a gestão realizou um recadastro detalhado das obras, enviando informações ao Ministério da Educação (MEC) e órgãos de controle.
Até o momento, oito obras foram retomadas com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e emendas parlamentares da Paraíba, totalizando cerca de R$ 23 milhões. Outras quatro intervenções estão previstas para recomeçar até o final do ano.
O planejamento estratégico da UFPB também foca na manutenção das estruturas existentes, melhoria da acessibilidade e aumento da segurança nos campi. O projeto “Trilhas Acessíveis”, com investimento estimado em R$ 8 milhões, visa criar rotas acessíveis ligando os principais campi da universidade.
Sobre segurança, a reitora reconheceu os desafios de proteger campi em diferentes cidades, como Areia, Bananeiras, Litoral Norte, Santa Rita e Mangabeira. A universidade contratou empresas de videomonitoramento para instalar câmeras inicialmente no Campus I, além de planejar a adoção futura de sistemas de identificação facial. A administração também esclareceu que um recente caso de estupro investigado foi arquivado por falta de provas.
A professora Terezinha destacou ainda o impacto negativo de um período de intervenção administrativa, que resultou em falta de diálogo e atrasos no planejamento estratégico da universidade, essencial para o credenciamento junto ao MEC, agora previsto para 2027 devido a mudanças legislativas.
Ao concluir, a reitora enfatizou o compromisso de sua gestão em deixar um legado de gestão eficiente, diálogo constante e responsabilidade social, refletido em indicadores acadêmicos que demonstrem a relevância da UFPB para a Paraíba.
A UFPB, como patrimônio educacional e cultural do estado, segue enfrentando desafios para consolidar sua importância regional e ampliar sua contribuição para o desenvolvimento social e econômico da Paraíba.



