Jovem morre afogado após escorregar em pedra de cachoeira no interior da Paraíba
A vítima foi identificada como Fagner Josino Oliveira
Um jovem de 20 anos morreu por afogamento na tarde desta quinta-feira (17), na cachoeira do Pinga, localizada na zona rural de Matinhas, no interior da Paraíba. A vítima foi identificada como Fagner Josino Oliveira.
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros de Campina Grande, o rapaz teria subido em uma pedra próxima à queda d’água para tirar uma foto, mas acabou escorregando e caindo em um ponto profundo da cachoeira, com cerca de dois metros de profundidade.
Fagner foi retirado da água por frequentadores do local e recebeu atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No entanto, apesar dos esforços da equipe, o jovem não resistiu e morreu ainda no local.
Segundo os bombeiros, o terreno ao redor da cachoeira fica escorregadio durante o período de chuvas, o que pode ter contribuído para o acidente. As circunstâncias exatas da queda ainda estão sendo analisadas pela corporação, que apura oficialmente a causa da morte.
A cachoeira do Pinga é um ponto turístico bastante visitado na região, mas não há confirmação sobre a existência de sinalização de segurança ou orientações preventivas no local. O caso segue sob investigação do Corpo de Bombeiros.
O Afogamento no Brasil: Dados Alarmantes
O afogamento é um problema sério no Brasil. De acordo com um estudo divulgado em 2024 pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), com base em dados de 2022, a cada 90 minutos, uma pessoa morre afogada no país. A pesquisa aponta que o afogamento é a segunda principal causa de óbito de crianças entre 1 e 4 anos e a quarta principal entre jovens de 5 a 24 anos.
O risco de morte por afogamento é significativamente maior entre os homens, que morrem, em média, seis vezes mais do que as mulheres. Além disso, cerca de 40% das mortes por afogamento ocorrem antes dos 29 anos de idade, com três crianças morrendo afogadas diariamente.
Águas Naturais e Riscos
A maior parte dos óbitos ocorre em águas naturais, como rios, lagos e represas, representando 70% das mortes. Crianças menores de 9 anos têm mais chances de se afogar em piscinas ou em residências, enquanto adolescentes e adultos correm mais risco em praias e corpos d’água naturais.
Os dados também destacam o aumento do risco durante o verão. Aproximadamente 41% dos afogamentos acontecem entre dezembro e março. As crianças que sabem nadar também estão em risco, especialmente devido à sucção de bombas em piscinas.
Afogamento: Um Problema de Saúde Pública
O afogamento é considerado um incidente, e não um simples acidente. Embora muitas mortes ocorram de forma inesperada, a prevenção é a melhor forma de tratar este problema. Estima-se que cada óbito por afogamento custe cerca de 210 mil reais ao Brasil, considerando os impactos econômicos e sociais.
Em áreas de banho sem guarda-vidas, o risco de morte por afogamento é 60 vezes maior. Além disso, a pesquisa aponta que, a cada 18 resgates realizados por guarda-vidas, 1 pessoa necessita de atendimento hospitalar, e, a cada 38 pacientes atendidos no hospital, 1 vem a óbito.
A Luta Contra a Endemia
Apesar dos números alarmantes, o Brasil tem conseguido avanços na redução das mortes por afogamento. Entre 1995 e 2022, a mortalidade por afogamento caiu 48%, o que indica progresso na conscientização e na prevenção de incidentes relacionados à água. No entanto, a região Norte do país ainda apresenta o maior risco de morte por afogamento.
Tanto o Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros da Paraíba, quanto a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático continuam a trabalhar para aumentar a educação sobre segurança aquática e reforçar as políticas de prevenção. O Brasil ainda enfrenta um grande desafio, mas as medidas adotadas têm mostrado resultados positivos na redução dos índices de mortes por afogamento.



