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Polícia já ouviu 45 pessoas no caso dos pacientes que alegaram perda de visão após mutirão oftalmológico na PB

A polícia confirmou que outras vítimas e testemunhas ainda deverão ser ouvidas nos próximos dias

Por Carlos Rocha Publicado em
Hospital das Clínicas de Campina Grande
Polícia já ouviu 45 pessoas no caso dos pacientes que alegaram perda de visão após mutirão oftalmológico na PB (Imagem: Reprodução / Governo da PB)

A Polícia Civil da Paraíba intensificou as investigações sobre o mutirão oftalmológico realizado em maio no Hospital das Clínicas de Campina Grande, que teria provocado danos à saúde visual de vários pacientes. Até esta semana, 45 pessoas já foram ouvidas no inquérito que apura as circunstâncias e responsabilidades do caso que chocou a população e levantou alertas sobre os cuidados médicos oferecidos em mutirões de saúde.

Os relatos começaram a ser formalizados ainda em maio, com o registro do primeiro Boletim de Ocorrência, e desde então a apuração tem se aprofundado. A polícia confirmou que outras vítimas e testemunhas ainda deverão ser ouvidas nos próximos dias.

Segundo a Polícia Civil, a condução das oitivas enfrenta desafios logísticos e humanos: muitos dos afetados são pessoas idosas e residem em cidades distantes de Campina Grande. O órgão informou que essas limitações exigem sensibilidade e planejamento por parte das equipes investigativas, já que todos os pacientes — em sua maioria da terceira idade — possuem o mesmo direito de atendimento prioritário.

Mesmo diante das dificuldades, a instituição garante que segue atuando com rigor e responsabilidade. Em nota oficial, a PCPB reafirmou o compromisso com uma apuração técnica e imparcial, destacando o histórico da corporação.

À época das primeiras denúncias, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB) emitiu nota oficial informando que estava apurando possíveis irregularidades nos procedimentos realizados. Segundo a pasta, as cirurgias foram executadas pela empresa Fundação Rubens Dutra Segundo, contratada pela SES, sendo de responsabilidade exclusiva da empresa tanto os profissionais envolvidos quanto o fornecimento de materiais cirúrgicos utilizados.

Diante dos relatos de complicações, a SES informou que instaurou processos administrativos para investigar a conduta da empresa e apurar eventuais falhas nos procedimentos adotados. Além disso, suspendeu o contrato com a Fundação Rubens Dutra Segundo, incluindo todos os aditivos firmados, até a conclusão das investigações administrativas, éticas e criminais.

A Fundação Rubens Dutra Segundo informou que tem acompanhado os pacientes que se submeteram aos procedimentos. A entidade considerou que não é possível afirmar que as complicações surgidas, após os atendimentos, foram provocados por medicações vencidas.

O caso segue em investigação ativa. A expectativa é que, com a finalização das oitivas e laudos médicos, seja possível identificar possíveis responsáveis técnicos, falhas de procedimento e definir responsabilizações criminais, caso as irregularidades sejam confirmadas.



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