Homem é encontrado morto por surfistas na praia Barra de Gramame, em João Pessoa
A Polícia Civil informou que a suspeita é que o homem tenha se afogado
Um corpo masculino foi encontrado sem vida na praia de Barra de Gramame, localizada na Zona Sul de João Pessoa, no final da tarde desta sexta-feira (11). A ocorrência mobilizou equipes da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar.
De acordo com informações apuradas no local, o corpo foi localizado por surfistas, que estavam na região e acionaram as autoridades ao perceberem a presença do homem já submerso na água. A vítima, ainda não identificada, aparenta ter entre 40 e 50 anos de idade.
O delegado Felipe Viana, da Delegacia de Homicídios, esteve no local e confirmou que o homem tinha sido visto por frequentadores da praia caminhando na faixa de areia, próximo ao Maceió, região onde ocorre o encontro do rio com o mar. Segundo o delegado, a vítima foi retirada da água e levada para a parte superior da areia antes da chegada das autoridades.
“Trata-se de um homem de meia idade, ainda sem identificação. Aparentemente foi um afogamento, mas tudo será confirmado após a realização da perícia”, afirmou Felipe Viana.
Ainda segundo o delegado, não havia sinais de violência aparente, e o corpo foi encaminhado para exames, incluindo o necropapiloscópico, que deve auxiliar na identificação da vítima e na determinação da causa da morte.
A praia de Barra de Gramame é conhecida por ter um mar mais agitado, com características que favorecem a prática de esportes como o surfe, o que pode indicar condições perigosas para o banho em determinadas áreas.
As autoridades seguem aguardando o reconhecimento por familiares e o resultado da perícia para esclarecer as circunstâncias do caso.
O afogamento é um problema sério no Brasil. De acordo com um estudo divulgado em 2024 pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), com base em dados de 2022, a cada 90 minutos, uma pessoa morre afogada no país. A pesquisa aponta que o afogamento é a segunda principal causa de óbito de crianças entre 1 e 4 anos e a quarta principal entre jovens de 5 a 24 anos.
O risco de morte por afogamento é significativamente maior entre os homens, que morrem, em média, seis vezes mais do que as mulheres. Além disso, cerca de 40% das mortes por afogamento ocorrem antes dos 29 anos de idade, com três crianças morrendo afogadas diariamente.
Águas Naturais e Riscos
A maior parte dos óbitos ocorre em águas naturais, como rios, lagos e represas, representando 70% das mortes. Crianças menores de 9 anos têm mais chances de se afogar em piscinas ou em residências, enquanto adolescentes e adultos correm mais risco em praias e corpos d’água naturais.
Os dados também destacam o aumento do risco durante o verão. Aproximadamente 41% dos afogamentos acontecem entre dezembro e março. As crianças que sabem nadar também estão em risco, especialmente devido à sucção de bombas em piscinas.
Afogamento: Um Problema de Saúde Pública
O afogamento é considerado um incidente, e não um simples acidente. Embora muitas mortes ocorram de forma inesperada, a prevenção é a melhor forma de tratar este problema. Estima-se que cada óbito por afogamento custe cerca de 210 mil reais ao Brasil, considerando os impactos econômicos e sociais.
Em áreas de banho sem guarda-vidas, o risco de morte por afogamento é 60 vezes maior. Além disso, a pesquisa aponta que, a cada 18 resgates realizados por guarda-vidas, 1 pessoa necessita de atendimento hospitalar, e, a cada 38 pacientes atendidos no hospital, 1 vem a óbito.
A Luta Contra a Endemia
Apesar dos números alarmantes, o Brasil tem conseguido avanços na redução das mortes por afogamento. Entre 1995 e 2022, a mortalidade por afogamento caiu 48%, o que indica progresso na conscientização e na prevenção de incidentes relacionados à água. No entanto, a região Norte do país ainda apresenta o maior risco de morte por afogamento.
Tanto o Batalhão de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros da Paraíba, quanto a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático continuam a trabalhar para aumentar a educação sobre segurança aquática e reforçar as políticas de prevenção. O Brasil ainda enfrenta um grande desafio, mas as medidas adotadas têm mostrado resultados positivos na redução dos índices de mortes por afogamento.



