Coren-PB interdita atividades de Enfermagem na CME e UTI do Hospital Regional de Cajazeiras
Conselho aponta falhas estruturais graves que comprometem a segurança de pacientes e profissionais
O Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren-PB) interditou, nesta segunda-feira (07), os serviços de Enfermagem na Central de Material e Esterilização (CME) e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Adulto do Hospital Regional de Cajazeiras, no Sertão do estado. A medida foi tomada após fiscalização constatar condições estruturais inadequadas que colocam em risco a vida de pacientes e trabalhadores da saúde.
De acordo com o relatório técnico, a CME está fisicamente dividida, com a limpeza e preparo dos materiais cirúrgicos ocorrendo no prédio principal do hospital, enquanto a esterilização acontece em um anexo. Esse formato obriga o transporte manual dos materiais por um percurso extenso e ao ar livre, exposto a poeira e vento, o que viola normas sanitárias e eleva o risco de contaminação.
Na UTI, a fiscalização apontou falhas estruturais que comprometem o controle de infecções hospitalares. O ambiente inadequado, a disposição dos leitos e o manejo de materiais contaminados foram considerados fatores de risco crítico para pacientes com baixa imunidade.
A interdição está formalizada pela Decisão Coren-PB nº 264/2025, com base na Lei Federal nº 5.905/73 e no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. O hospital só poderá retomar as atividades de Enfermagem após corrigir todas as irregularidades e solicitar formalmente a desinterdição à presidência do Coren-PB, conforme estabelece a Resolução Cofen nº 565/2017.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde reconheceu a interdição, mas afirmou que os setores afetados estão funcionando de forma provisória devido às reformas em andamento no hospital. A pasta informou ainda que medidas emergenciais estão sendo adotadas para adequação da estrutura e garantia da segurança dos atendimentos. A previsão é que a unidade receba uma nova estrutura definitiva e modernizada ao fim das obras.
O Coren-PB alertou que o descumprimento da interdição por qualquer profissional poderá resultar em sanções legais e éticas. A medida, segundo o Conselho, tem como objetivo garantir a segurança da assistência prestada à população e proteger os profissionais de Enfermagem.
